1
el fascismo financiero
vivemos um ciclo reacionário diferente boaventura da souza santos
2
la revolución de los ricos carlos tello m. y jorge ibarra
comentado por antonio gazol
el méxico en el que vivo
y en el que me gustaría vivir carlos tello macías
3
más allá de la retribución john grahl
4
from the yellow vests to the social-ecological state éloi laurent
inequality and unions john evans
politics, pessimism and populism sheri berman
5
anexos :
consideraciones y propuestas sobre la estrategia de desarrollo para méxico
UNAM
grupo nuevo curso de desarrollo
rolando cordera (coordinador)
informe sobre la desigualdad global 2018
facundo alvaredo, lucas chancel, thomas piketty y otros
world inequality lab (en español)
Por Boaventura Da Sousa Santos
SUL 21.- Hace doce años publiqué, invitado por Mario Soares, un pequeño texto (Reinventar la democracia) que, por su extrema actualidad, no resisto la tentación de evocar aquí. En él considero que una de las señales de la crisis de la democracia es la emergencia del fascismo social. No se trata del regreso al fascismo del siglo pasado. No se trata de un régimen político sino de un régimen social. En vez de sacrificar la democracia a las exigencias del capitalismo, promueve una versión empobrecida de democracia que hace innecesario y hasta inconveniente el sacrificio. Se trata, además, de un fascismo pluralista y por tanto una forma de fascismo que nunca existió. En el libro identificaba hasta cinco formas de sociabilidad fascista, una de las cuales era el fascismo financiero.
Decía entonces lo siguiente.
El fascismo financiero es quizá el más virulento. Manda en los mercados financieros de valores y de monedas, la especulación financiera global, un conjunto hoy designado como economía de casino. Esta forma de fascismo social es mas pluralista en la medida en que los movimientos financieros son el producto de decisiones de inversores individuales o institucionales desperdigados por todo el mundo y, además, sin nada en común entre ellos salvo el deseo de realizar sus valores.
Por ser el fascismo más pluralista es también el más agresivo porque su espacio-tiempo es el más refractario a cualquier intervención democrática. Significativa a este respecto, es la respuesta del síndico de la bolsa de valores cuando le preguntaban que era para él el largo plazo: “largo plazo son para mí los próximos diez minutos”. Este espacio-tiempo virtualmente instantáneo y global, combinado con la lógica del lucro especulativo que los sustenta, confiere un inmenso poder disciplinario al capital financiero, prácticamente incontrolable y lo suficientemente poderoso para sacudir, en segundos, la economía real o la estabilidad política de cualquier país.
La virulencia del fascismo financiero reside en que, siendo de todos el más internacional, está sirviendo de modelo a instituciones de regulación global progresivamente mas importantes a pesar de ser poco conocidas del público.
Entre ellas, las empresas de rating , empresas internacionalmente acreditadas para valorar la situación financiera de los Estados y los consiguientes riesgos y oportunidades que ofrecen a los inversores internacionales. Las notas atribuidas – que van de AAA a D – son determinantes para las condiciones en que un país puede acceder al crédito internacional. Cuanto más alta es la nota, mejores las condiciones.
Estas empresas tienen un poder extraordinario. Según el columnista del New York Times, Thomas Friedman, “el mundo de pos-guerra tiene dos superpotencias, los EEUU y la agencia Moody’s”. Como se sabe, Moody’s es una de las agencias de rating, junto a Standard and Poor y Fitch Investors Services.
Friedman justifica su afirmación explicando que “si es cierto que los EEUU pueden aniquilar un enemigo utilizando su arsenal nuclear, la agencia de calificación financiera Moody’s tiene poder para estrangular financieramente a un país, atribuyéndole una mala nota”.
En un momento en que los deudores públicos y privados entran en una batalla mundial para atraer capitales, una mala nota puede significar el colapso financiero del país.
Los criterios adoptados por las empresas de rating son en gran medida arbitrarios, refuerzan las desigualdades del sistema mundial y originan efectos perversos: el simple rumor de una próxima descalificación puede provocar una enorme convulsión en el mercado de valores de un país. El poder discrecional de estas empresas es tanto mayor cuanto les asiste la prerrogativa de atribuir atribuciones no solicitadas por los países o deudores valorados.
La virulencia del fascismo financiero reside en su potencial de destrucción, en su capacidad para lanzar al abismo de la exclusión a países pobres enteros.
Escribía estas líneas pensando en los países del llamado Tercer Mundo. No podía imaginar que lo recuperara para pensar en países de la Unión Europea.
(Traducción del portugués: Antonio Baylos)
Boaventura de Sousa Santos | sociólogo
“Vivemos um ciclo reacionário diferente, que tenta acabar com a distinção entre ditadura e democracia”
O sociólogo português afirma que as classes populares foram abandonadas pelas elites políticas e eclesiásticas. "Lula cometeu muitos erros. Usou o antigo sistema político para governar com a direita"
Javier Martín del Barrio
6 NOV 2018
É há décadas o oráculo de cabeceira da esquerda ibérica e latino-americana, geralmente indo além dos partidos socialistas. Hugo Chávez (Venezuela), Lula (Brasil), Gustavo Petro (Colômbia), Pablo Iglesias (Espanha), Francisco Louçã (Portugal), o escutaram e escutam para criar alternativas que vão além das siglas. O sociólogo Boaventura de Sousa Santos (Coimbra, 1940) divide seu tempo entre a universidade portuguesa, onde elogia uma solução de Governo socialista sem precedentes, e a Universidade de Wisconsin, onde se empanturra de análises da CIA. Com mais de 40 ensaios no currículo, esta semana apresenta na Espanha, Esquerdas do Mundo, Uni-vos. Embora acredite nas conspirações globais, Sousa Santos também acredita na capacidade das forças locais para criar alternativas que escapem ao determinismo dos poderes fáticos, e até acredita que a democracia liberal só pode ser defendida pela esquerda. Apesar de nem sempre acertar, Salve Santos!
Pergunta. Depois de 14 anos de Governos de esquerda parece que os brasileiros ficaram escaldados...
Resposta. Lula foi um grande presidente, mas cometeu muitos erros. Ele usou o antigo sistema político para governar com a direita. Não houve reforma fiscal nem do sistema nem dos meios de comunicação no momento em que seu partido, o PT, tinha uma grande legitimidade para fazer isso. Governar com o antigo sistema antigo foi governar com o compadrio, com a corrupção endêmica dos partidos, não só do PT.
P. As Bolsas acolheram com grande otimismo a derrota do PT e a vitória de Bolsonaro.
R. Sim, agora, depois das eleições, em vez da reação das pessoas, a primeira notícia da mídia é a reação dos mercados. A Bolsa é controlada por cinco grandes instituições financeiras, que movimentam 50 trilhões dos 90 trilhões do PIB mundial e têm, portanto, um poder enorme de chantagem sobre os sistemas políticos nacionais. A derrota da esquerda no Brasil não é alheia ao imperialismo americano.
P. Esse termo não soa como algo antigo?
R. Já sei que deixou de ser usado na mídia, mas acho que o imperialismo americano existe, embora andassem distraídos na primeira década do século.
P. Muito usado por Chávez, Evo Morales, Lula ...
R. Foi uma década em que os Estados Unidos estavam concentrados no Iraque, e isso permitiu às forças progressistas da Argentina, Venezuela, Brasil, Bolívia, Equador, Chile chegarem ao poder. A partir de 2009, os americanos começam a perceber que estão perdendo a América Latina, que têm agora um novo parceiro, a China. Sua primeira reação é o golpe hondurenho de 2009. Uma década depois os hondurenhos emigram em caravana para os Estados Unidos.
P. O imperialismo americano não se contenta apenas com Honduras, é isso?
R. Os EUA precisam que todos os países aliados parem a China, mas de maneiras diferentes. Precisam da Europa, mas não da União Europeia (UE). A abordagem de Trump para a Europa é com o Tratado de Comércio Transatlântico, que quer acabar com isso porque não quer uma UE unida. É mais fácil para ele controlar o continente minando a UE, separando-a país por país. Conseguiu isso com o Reino Unido e vai tentar com outros. Um por um, dominará todo o continente melhor.
P. No entanto, os grandes investimentos da China são na África e América do Sul.
R. Leio atentamente todos os documentos da CIA para ver o futuro com seus olhos. A grande ameaça para manter sua hegemonia mundial é a China. Em 2030 será a primeira economia. Vivemos um intervalo entre duas globalizações. Tivemos várias desde 1870, cada uma dominada por uma inovação tecnológica, do motor a vapor à Internet. As últimas sempre foram dominadas pelos Estados Unidos, mas vamos entrar em uma nova onda de inovação, estrelada pela inteligência artificial, a robótica e a automação, e nestas áreas – ao contrário das anteriores– a China está bem posicionada. Quem dominar a nova onda será o país hegemônico.
P. A hora do imperialismo chinês?
“A Bolsa é controlada por cinco grandes instituições financeiras, que têm um enorme poder de chantagem”
R. A China se juntou à Rússia, Índia, Brasil e África do Sul, os BRICS. Esse projeto, ao contrário do que poderíamos imaginar, era um aviso temível para os Estados Unidos. Tinha que ser neutralizado a qualquer preço porque colocaria em questão o mais sagrado do império americano, o dólar. Em 1971, deixou de estar respaldado pelo padrão-ouro, mas os EUA entraram em acordo com a família real saudita para que o dólar fosse a única moeda de pagamento das transações petrolíferas.
P. E assim continua meio século depois.
R. Sim, ao custo de reprimir qualquer movimento para acabar com o dólar como a única referência mundial. Sempre que há um ataque a essa moeda a reação dos Estados Unidos é brutal. É verdade que o ex-presidente do FMI Dominique Strauss-Kahn esteve em uma confusão com uma camareira, mas, coincidentemente, um mês antes ele havia proposto a criação de uma cesta de moedas como referência para o comércio mundial, e não apenas o dólar. [Sadam] Hussein queria que o comércio de hidrocarbonetos fosse em euros e Gaddafi propôs uma moeda africana semelhante ao euro. Todos tiveram destinos fatais.
P. E aquele BRICS perdeu seu peão brasileiro.
R. Antes a Índia de Mohdi se entregara incondicionalmente, mas o Brasil é a sétima economia mundial e aproveitaram que tivesse uma democracia ainda frágil para acabar com esse laboratório. O BRICS ficou neutralizado.
P. As democracias trocaram Obama por Trump, Lula por Bolsonaro, Rienzi por Salvini…
R. Vivemos um ciclo reacionário, típico entre os intervalos das globalizações. É uma época em que a agressividade e a rivalidade entre os países aumentam –na Europa, deu origem a duas guerras. Sua face visível é Steve Bannon, ex-assessor de Trump. Não é coincidência que a sua organização, The Movement, tenha se instalado em Bruxelas. O seu objetivo é conseguir uma maioria de eurocéticos nas eleições europeias de maio e, assim, destruir democraticamente a UE.
P. Teme que ele consiga?
R. Vejo isso com muita preocupação. Esta onda reacionária é diferente das outras, tenta acabar com a distinção entre ditadura e democracia. A democracia liberal não sabe defender-se dos antidemocratas, de antissistemas como Trump ou Bolsonaro, que se aproveitam do sistema. A opinião pública é destruída com notícias falsas que transformam o adversário em inimigo; com o adversário se discute, o inimigo se destrói.
P. Mas como esse ciclo reacionário se formou?
R. Claro que não é uma crise repentina, tem suas causas. Se deixamos de ocupar um espaço, outros não o farão. Se os partidos clássicos se dedicam aos processos eleitorais e a suas alianças, e não trabalham com as classes populares, outros o farão. E não apenas os partidos. A Igreja Católica da teologia libernha tinha uma forte base na América Latina com a tação. João Paulo II a liquidou e esse vazio está sendo ocupado pela chamada teologia da prosperidade das igrejas evangélicas de influência norte-americana. Os ricos recebem a bênção de Deus, os pobres não são abençoados, são demonizados, culpados por sua pobreza. Houve um abandono das classes populares pelas elites, sejam elas políticas ou eclesiásticas.
P. O senhor tem uma solução?
R. Sim, Esquerda do Mundo, Uni-vos, o título do meu novo ensaio. A esquerda tem que acabar com seus dogmatismos e isolacionismo e estar ciente de que neste ciclo reacionário as forças esquerdistas são as que melhor podem defender a democracia liberal, porque a direita se entregou totalmente (a esquerda, parcialmente) aos poderes financeiros.
“João Paulo II liquidou a teologia da libertação católica e esse espaço é ocupado pela igreja evangélica”
P. Neste período reacionário, uma das exceções tem sido a solução portuguesa, um governo socialista com o apoio parlamentar de partidos à sua esquerda, incluindo antieuropeus, do Bloco e o Partido Comunista.
R. É a grande inovação política dos últimos anos. O partido socialista de Costa decide articular-se com partidos à esquerda em vez de fazer isso com a direita, como sempre. Com uma clarividência extraordinária, com o Bloco e o PC, chegaram à conclusão de que há muitas coisas que os separam, mas há outras que os unem, suficientes para governar. Estar unidos para acabar com a austeridade, já é muito. Se o PC é contra o euro e o PS a favor, isso não conta. Essa foi a grande sabedoria dos partidos.
P. Portugal rompeu com muitas profecias catastróficas.
R. Portugal demonstrou que o neoliberalismo era uma mentira. Com soluções contrárias a essa ideologia, o Governo deu um respiro às classes populares. A economia cresce, o investimento chega, o desemprego cai. Se isso tivesse acontecido em outro país, seria notícia mundial.
P. O modelo é exportável?
R. As soluções não podem ser copiadas, mas pode-se aprender com elas. Tenho alguma esperança de que sejam aceitas na Espanha com os jovens Sánchez e Iglesias. Esta semana vou lá para conversar com todos os partidos da esquerda. Na Espanha, o grande ator diferencial é a questão das nacionalidades e, especificamente, a Catalunha, o que impede qualquer acordo e, em minha opinião, assim vai continuar por algum tempo. Quando se joga o tudo ou nada, o acordo é impossível.
P. Na Espanha, mais do que em esquerda e direita, fala-se em castas e movimentos transversais.
R. Sei disso e fico indignado. A distinção entre esquerda e direita nunca foi tão importante. A esquerda muitas vezes apaixona, mas deixa passar oportunidades de ser outra alternativa de vida. A esquerda não pode ter vergonha de defender o Estado, obviamente democrático e não corrupto. Quem mais vai precisar de saúde pública, de mais educação, não serão as classes médias altas, mas sim aquelas que ganham o salário mínimo. É preciso ter a coragem de aumentar os impostos dos mais ricos. Prejudica o investimento, dizia-se em Portugal. Não foi assim, pelo contrário, aumentou. Há muitas mentiras econômicas. Os maiores mentirosos deste século ganharam os prêmios Nobel de Economia.
P. A solução portuguesa pode mudar a tendência da União Europeia nas eleições de maio?
R. Portugal é um país muito pequeno para mudar a UE, mas se tivéssemos uma solução de esquerda moderada na Espanha, mais a Grécia e a Itália, derrotaríamos a extrema direita, e a UE seria salva. Se não a mudamos por dentro, haverá brexit, italiabrexit e austriaexit –sem contar a Hungria e a Polônia, que são europeus só para receber dinheiro comunitário– e em vez de ter uma solução de esquerda para reinventar a UE, será uma de direita para destruir a Europa. Esse é o dilema que enfrentamos.
rafael doniz
La Revolución de los Ricos
Carlos Tello y Jorge Ibarra
Facultad de Economía, UNAM, 2012
Reseña
Antonio Gazol Sánchez
La Facultad de Economía de la UNAM ha publicado un breve texto (menor a doscientas páginas) de Carlos Tello y Jorge Ibarra que va a proporcionar (o está proporcionando) múltiples elementos para la reflexión, para el debate, para el análisis. No es poco. En efecto, La Revolución de los Ricos está destinado a convertirse en un referente del pensamiento crítico de nuestro tiempo y es de particular importancia que sean dos experimentados profesores de la UNAM los que lancen esta especie de grito de protesta, o de llamada de atención, ante los derroteros que ha tomado la ciencia económica. Por supuesto que no son los primeros, y de ello da fe la extensa bibliografía que Ibarra y Tello consultaron en la preparación de su escrito, pero sí pueden ser los primeros en intentar, y lograr, una síntesis tan clara, tan precisa, al alcance de los "no iniciados"
La provocadora cita de Warren Buffett con la que inicia constituye la gran síntesis y la mejor conclusión de este, desde ahora, imprescindible ensayo: "Desde luego que hay una guerra de clases, pero es mi clase, la clase rica, la que la está haciendo y la estamos ganando".
Y, en efecto, al cabo de los recientes treinta y cinco años la riqueza se ha ido concentrando, de manera creciente, en un reducido grupo de personas. Sí, la lucha -o guerra diría Buffett- de clases existe, y existe en los términos en los que convencionalmente se plantea, es decir, los propietarios de los medios de producción de un lado, y los que solo cuentan con su fuerza de trabajo, del otro (esto es, el capital y el trabajo), pero se ha producido un cambio de matiz, y no menor: la lucha o guerra de clases no existe necesariamente (solo) entre burguesía y proletariado, sino que se está dando entre lo más alto de la elite de la alta burguesía internacional y (o contra) los demás (propietarios -pequeña y mediana burguesía- o trabajadores).
Esa es la guerra que, señala Buffett y confirman las estadísticas, están ganando los ricos (en particular los muy ricos); baste observar la caída de la participación de los salarios en el PIB de las principales economías del mundo para corroborarlo (con todo y que en la cuenta se incluyen los salarios que por sus servicios perciben los "trabajadores" que son administradores y gestores de la riqueza de los ricos). Esta nueva manifestación de la lucha de clases es lo que Tello e Ibarra llaman, con ironía y acierto, "la revolución de los ricos".
Algo a destacar, también, es que el aumento en la desigualdad no ha estado acompañado de una mejoría en el funcionamiento o desempeño de la economía: entre 1951 y 1973 el crecimiento medio anual del PIB global, en términos reales, fue de 4.8%, frente al 3.2% registrado entre 1973 y 2010.
Durante este periodo, el sistema debió superar cinco recesiones de alcance mundial, contra ninguna en los veintidós años precedentes; el crecimiento del PIB por persona fue, entre 1951 y 1973, de 4.4%, que se compara con el pobre crecimiento de 1.8% observado entre 1973 y 2010.
En otros términos, la revolución de los ricos no solo se distingue por su eficaz contribución al aumento de la desigualdad, sino por su ineficiencia para procurar mayor crecimiento económico y, en especial, por lo vulnerable a las crisis que hace al sistema.
El libro se compone de ocho capítulos de análisis crítico y otro más dedicado a las reflexiones finales (en el que aparecen los datos recogidos en el párrafo anterior). Puede ser de utilidad dedicar este espacio a reseñar el contenido de cada uno de ellos.
El primero, Antecedentes: la Edad de Oro del Capitalismo, ofrece un breve panorama de la economía mundial inmediatamente después de la II Guerra Mundial y de lo concebido y realizado para no cometer los mismos errores en los que se incurrió al término de la I Guerra Mundial y que habrían de derivar en la Gran Depresión del 1929-1933 y en el estallido de la segunda vuelta. El pensamiento keynesiano, la reivindicación del papel del estado, la convicción de que el mercado dista mucho de ser infalible, todo ello, entre otras cosas, tuvo que ver con un prolongado período al cabo del cual las diversas economías crecieron y distribuyeron.
Evidentemente no todo fue miel sobre hojuelas y había problemas estructurales no resueltos, de manera que esta Edad de Oro reveló sus primeros síntomas de agotamiento cuando en el otoño de 1971 el presidente Nixon decretó la inconvertibilidad del dólar y asestó un golpe de muerte al sistema monetario y financiero internacional construido en Bretton Woods y que, con todo y sus evidentes limitaciones, había contribuido a la recuperación y al relativo buen desempeño económico.
El segundo capítulo, La doctrina Neoliberal: el papel central del pensamiento económico, hace un repaso de la evolución de las tesis que han prevalecido en el estudio de la economía (y de su influencia en la política económica) prácticamente desde el surgimiento de la corriente neoclásica hasta la actualidad y de cómo los neoliberales de hoy han limitado e interpretado (¿o será vulgarizado?) a su modo las ideas neoclásicas, en particular desde la reunión de Mont Pelerin, Suiza, en 1947 que por iniciativa de Friedrich von Hayek convocó a 36 intelectuales opuestos a la presencia del estado y a cualquier tipo de regulación o de restricción a la absolutamente libre determinación del individuo.
En este capítulo es relevante la mención a cómo y cuándo permearon estas ideas en México y la responsabilidad que en ello han tenido los centros de enseñanza e investigación económica.
El capítulo 3, Posicionamiento del proyecto Neoliberal, (el de mayor extensión) se ocupa de mostrar la estrecha relación entre los intereses de los grandes grupos económicos con las ideas de los pensadores proclives a defender la plena eficacia del mercado para conducir a la economía y a la sociedad en su conjunto, y los de algunos grupos y partidos políticos. Con sutileza, induce a la obligada reflexión en torno al keynesianismo como posición de izquierda (lo que ni el propio Keynes hubiera imaginado) ante la intransigencia, casi en el nivel del fanatismo, con la que defienden las nuevas ideas liberales sus propaladores y, en especial, sus beneficiarios.
Da cuenta de lo ocurrido en algunos países latinoamericanos; cuando se refiere al caso de México, identifica al Gobierno de Miguel de la Madrid como el introductor de este planteamiento en la orientación de la política económica del país y dedica una prolija nota al pie de página para señalar algunos de los funcionarios que, desde entonces, según Tello e Ibarra, han sido, o fueron, fieles a él (en lo personal, no coincido con la inclusión en la lista entre los neoliberales mexicanos de algunos de los señalados por los autores, pero discutirlo no es ni el tema ni el propósito de esta reseña y ello queda para una conversación, que no discusión, posterior).
El cuarto capítulo, Cambios en el entramado institucional y reorientación de la política económica, muestra casos concretos de cambios en la dirección neoliberal y del papel desempeñado por los organismos financieros internacionales. Se generan cambios institucionales que van desde la retracción del Estado a la concepción de la banca central como entidad autónoma o independiente (¿independiente de quién o de qué?, sería la pregunta), pasando por cambios en las relaciones laborales y en los sistemas de protección social. Estos cambios van necesariamente acompañados de otros en la política económica que, lamentablemente, han tomado carta de naturalización a lo largo y a lo ancho de (casi) todo el planeta.
Hace referencia al caso chileno a partir del golpe fascista de Pinochet, a la experiencia británica y su enfoque monetarista, a la decisión del Presidente Carter, en 1978, de reducir en veinte puntos porcentuales el gravamen sobre ganancias de capital, a la desregulación financiera asiática, al camino que condujo al Tratado de Maastricht y su visión neoliberal de la unificación monetaria en Europa (visión por la que hoy la Unión Europea, y no solo la Eurozona, está pagando un alto precio).
Cuando habla de México afirma que la irrupción de la corriente neoliberal corresponde con la liberalización comercial y el ingreso al GATT en 1986, pero, en estricto rigor, este ingreso solo institucionalizó o formalizó la apertura reiniciada en 1983 (en realidad, se había intentado desde 1977, algo se "avanzó" y se interrumpió por la crisis de 1982, pero ese es otro tema).
El capítulo 5, Impulso y acotamiento de la docencia y la investigación en Economía, está dedicado a examinar con riguroso sentido crítico la situación actual de la enseñanza y la investigación económica en las más influyentes universidades y a cómo se han impuesto los planteamientos Neoclásicos-Neoliberales (los autores escriben el término con mayúscula, dándole categoría de nombre propio) en los criterios para la publicación de artículos en las revistas especializadas.
Según esta corriente, todo lo que no sean formulaciones matemáticas o modelos econométricos no es ciencia económica; lo importante es que el modelo funcione, pero nadie se ocupa de analizar si los supuestos en los que se sustenta son reales o no. Para los Neoclásicos-Neo-liberales lo importante es: a) "elaborar argumentos que se enmarquen en el funcionamiento en principio eficiente y auto-regulado de la economía de mercado"; b) descalificar "las elaboraciones teóricas de los economistas que cultivan enfoques alternativos caracterizados por no seguir los presupuestos, los marcos conceptuales y las pautas metodológicas de la economía convencional"; c) evitar "la publicación en las revistas de mayor prestigio de trabajos que no comparten sus patrones de cientificidad", y d) no tener "mucho interés por confrontar su trabajo con el de economistas de otras corrientes. Por abrir el debate más allá de las fronteras construidas por ellos mismos".
La ineficiencia y la inoperancia de la doctrina se hacen evidentes en el capítulo 6, Desempeño económico bajo el régimen Neoliberal. Como ya se mencionó, la tasa de crecimiento del PIB mundial, en términos reales, decreció en 1.6 puntos porcentuales entre el funcionamiento del Sistema Bretton Woods y la preeminencia del Consenso de Washington, en tanto que, en el mismo lapso, el desempleo creció de 1.6 a 7.4% en el Reino Unido, de 3.1 a 7.5% en Alemania, o de 4.8 a 6.1% en Estados Unidos.
Todo ello estuvo acompañado por el crecimiento de la desigualdad, que en el fondo constituye la preocupación central de este ensayo, lo que demuestra, entre otros, con dos datos: la participación de los salarios en el ingreso total de Estados Unidos entre 1960 y 1980 ascendía a 70%, pero en 2008 era de 65% y por supuesto, el sector financiero ha sido en el que en mayor grado se han concentrado las utilidades: de 10 a 30% en el mismo período.
Este último aspecto se desarrolla con mayor amplitud en el capítulo séptimo, La redistribución regresiva de la riqueza y del ingreso. Parte de información que no puede ser descalificada con el argumento de que proviene de fuentes antineoliberales; al contrario, utiliza datos de organizaciones tan poco sospechosas de ese sesgo como puede ser la OCDE de la que, por citar un ejemplo, toma lo que sigue: "...Hoy, en los países miembros de la OCDE, el ingreso promedio de 10% de la población más rica es alrededor de nueve veces el de 10% más pobre...sube a diez veces en Italia, Japón, Corea y Reino Unido; a alrededor de catorce veces en Israel, Turquía y Estados Unidos y es de 27 a 1 en México y Chile... el promedio del coeficiente de Gini para los países de la OCDE era de 0.29 a mediados de la década de los años ochenta y subió a 0.32 en los últimos años de la primera década del siglo XXI".
También cita a George W. Bush, cuyo apego a la ortodoxia al uso es incuestionable, que en 2007 se lamentaba: "... nuestros ciudadanos se preocupan por el hecho de que nuestra economía dinámica ha dejado atrás a los trabajadores. La desigualdad en la distribución del ingreso es real; ha venido aumentando por más de 25 años". ¡En eso consiste la Revolución de los Ricos, la misma que, siguiendo a Buffet, están ganando!
En el capítulo 8, La crisis económica y el momento actual (2012) los autores analizan dos cuestiones de fondo: una, la influencia de las políticas neoliberales en el fenómeno conocido como "la gran recesión" en la que se encuentra sumida la economía mundial desde 2007, y, dos, las diferencias de enfoque para hacerle frente en lo que, para algún optimista, podría marcar el intento de un cambio de rumbo: en Estados Unidos, por señalar el caso más representativo, se optó por inyectar recursos públicos y aplicar políticas monetarias de corte keynesiano para atenuar los efectos de la recesión, pero en Europa, al contrario, se ha mantenido (y fortalecido si cabe) la fidelidad a las prácticas restrictivas preconizadas por la corriente neoliberal, tal y como la acredita el Tratado de Estabilidad, Coordinación y Gobernanza de marzo pasado.
Con la "gran recesión", además, se ha demostrado (como si hubiese hecho falta) que el mercado es ineficaz a los fines de evitar las crisis, y antes bien (¿antes mal?) éstas son propiciadas y estimuladas por las imperfecciones de los mercados, porque están desrregulados y porque premian la especulación.
Ibarra y Tello discuten el extraño papel desempeñado por la izquierda ante el embate neoliberal: "El fracaso de la izquierda ante la ofensiva del neoliberalismo se hizo, con el paso de los años, cada día más patente.
Ahora parte de la izquierda europea, y también parte de la de América, no solo no se opone a la ofensiva del neoliberalismo, sino que está sin proyecto, sin programa y ha perdido en muchas partes el apoyo de las clases populares. Sigue apoyando, con sorprendente frecuencia, a la economía liberal". Es posible que por pudor, Tello e Ibarra no mencionen el lamentable voto en favor de la Ley de Presupuesto y Responsabilidad Hacendaria emitido por la fracción de izquierda en la Cámara de Diputados (2006).
A lo largo del texto se hace patente que la corriente neoliberal no es, aun cuando así se ostente y hubiere surgido de un cónclave académico (Mont Pelerin), una mera aportación intelectual, neutra, para ser debatida en foros y claustros, sino que se trata de una mezcla de ideología, intereses y ambiciones, cuyo propósito, declarado o no, consiste en perpetuar y acrecentar las diferencias sociales.
De ahí las protestas, los movimientos de "indignados", las crecientes manifestaciones de rechazo que se extienden por todo el planeta.
En síntesis, estamos ante un lúcido trabajo de investigación y análisis cuyos destinatarios principales (y a ellos está dedicado) son los estudiantes de economía. No me parecen casuales ni los destinatarios ni la dedicatoria.
Se trata de acentuar, desde el principio, uno de los propósitos centrales del texto, que no es otro que llamar la atención respecto de la orientación que hoy, desde hace treinta o cuarenta años, se le está imprimiendo a la enseñanza de la teoría económica y, en consecuencia, al tipo de política económica y social que en ella se basa, como se analiza en el capítulo 4. El llamado pensamiento único se ha instalado (¿para siempre?) en los planes y programas de estudio de prácticamente todas (o casi) las escuelas de economía del mundo, independientemente del nivel de desarrollo del país en el que se hallaren.
Al respecto, no deja lugar a duda el último párrafo del último capítulo: "No existe una ÚNICA TEORÍA ECONÓMICA (así con mayúsculas) sino un conjunto de ideas, sobre las causas que determinan la riqueza de las naciones y el desarrollo social de sus pueblos, que a lo largo de los años, desde por lo menos finales del siglo XVII, se ha ido construyendo. Tampoco existe una SOLA POLÍTICA ECONÓMICA, una sola receta universal útil para todos los lugares y en todos los tiempos".
Bien haríamos, los que tenemos la grave responsabilidad de estar ante grupos de estudiantes, de incluir este libro, o algunos de sus capítulos, entre las lecturas a discutir en el transcurso del semestre.
Ciudad Universitaria, diciembre de 2012.
Información sobre el autor Antonio Gazol Sánchez. Economista por la UNAM. Profesor de la Facultad de Economía, UNAM; Titular de la Cátedra Extraordinaria "Maestro Octaviano Campos Salas" sobre Comercio Exterior e Industrialización en la Facultad de Economía, UNAM (2001-2005); profesor de la Facultad de Ciencias Políticas y Sociales, UNAM (Presidente del Colegio Nacional de Economistas (1981-1983); Premio de Economía Banamex, 2o lugar (1967); ha publicado varios libros entre los que destacan: Complementación Industrial e Integración Económica, Ed. Sela, 1966; El Tercer Mundo ante el Mercado Común Europeo, FCE, 1973; Bloques Económicos, Facultad de Economía, UNAM. Asimismo ha Coordinador del Centro de Educación Continua, Facultad de Economía, UNAM (1998-2001) y Subdirector de Planeación, UNAM, 2008 a la fecha.
graciela iturbide
El México en el que vivo
y en el que me gustaría vivir
Carlos Tello Macías
1 enero, 2018
En la actualidad la característica más notable de México es su polarización social y económica. Extremos de miseria y de opulencia se observan y se contrastan cotidianamente y en todas partes.
México es uno de los países más desiguales del mundo. Hay desigualdad entre las distintas regiones del país y, también, dentro de cada una de ellas. Entre las clases sociales y, dentro de ellas, entre los distintos grupos que las integran. Entre las personas y las familias y, dentro de la familia, entre las personas que la integran. Entre los servicios públicos que atienden el desarrollo social. Desigualdad en la distribución de la riqueza, del ingreso y en el acceso a los bienes públicos. En los últimos años se ha dejado el empleo, los salarios y el bienestar de las personas al mercado y sus bruscos cambios. La desigualdad que existe es inmensa, multifacética, lacerante, corrosiva y desestabilizadora de los tejidos sociales. Mina la cohesión social.
México es un país extenso. Su superficie es una de las más grandes del mundo. El país tiene extensos litorales y, bien aprovechada, suficiente tierra propia para el cultivo y la ganadería. Con abundantes recursos mineros y forestales.
Una población cuantiosa, con destrezas y con habilidades. Relativamente capacitada. Ello no obstante el país no prospera, ha estado prácticamente estancado en los últimos 30 años y no aprovecha de manera sustentable su riqueza.
La desigualdad ya existía en el mundo prehispánico. Se agravó durante los 300 años de subordinación a España donde, además, se fue estableciendo una desigualdad jurídica y territorial sobre la base de distinciones étnicas, raciales y de género. A lo largo del siglo XIX persistió la desigualdad, a pesar de los afanes de justicia social que animaron el movimiento por la independencia y el liberalismo compendiado en la Constitución de 1857. Con la Revolución de 1910 y la Constitución de 1917 la desigualdad disminuyó, sobre todo con el posterior reparto de la tierra y diversos programas sociales que se pusieron en práctica por el gobierno en las áreas educativa, de atención a la salud, de seguridad social y de vivienda. Con el crecimiento sostenido y acelerado de la economía, entre los años 1934 y 1982, aumentó el empleo formal, se redujo la desigualdad y también se redujo el número de pobres. Por el contrario, de 1983 a la fecha, con la política neoliberal puesta en práctica no ha habido crecimiento económico y la desigualdad o bien creció o, en el mejor de los casos, se mantuvo constante. De acuerdo con CONEVAL, en la actualidad alrededor del 50% de la población en el país vive en condiciones de pobreza o de extrema pobreza. La movilidad social ascendente, que tanto caracterizó a México, prácticamente ha cesado en estos años. Son pocas las oportunidades de salir adelante y mejorar las condiciones generales de existencia de una persona o de una familia. Parte de la juventud ha perdido esperanza de progreso.
De no cambiar la actual agenda económica y social, la desigualdad crecerá y las probabilidades de crecimiento económico se verán disminuidas. El México que vendría sería más injusto, más excluyente, más violento.
Es urgente diseñar y poner en práctica un cambio de rumbo, una nueva agenda económica y social. La que se ha tenido no ha dado buenos resultados. Son varias las propuestas que existen para modificarla, pero buena parte de los legisladores y de los partidos políticos y muchos de los medios de comunicación social se resisten a discutir, tanto la agenda prevaleciente como las diversas propuestas para cambiarla.
La nueva agenda debe organizarse en torno a una sola prioridad, la del desarrollo: combinar el crecimiento económico con la justicia social. No uno antes y después el otro. Hay que combatir la idea de que primero hay que crecer y después distribuir. Más bien de manera simultánea crecer y distribuir para que se apoyen mutuamente.
Sólo con una economía en crecimiento se pueden crear en el país los necesarios empleos formales, estables y seguros y buscar igualdad de oportunidades para todos. No hay razón alguna para pensar que, con el tiempo, los frutos del crecimiento económico se filtrarán hacia abajo, “por goteo”, beneficiando a toda la población. No tiene sentido, ni solidez plantear que primero hay que crecer y después distribuir. Por el contrario, se debe crecer distribuyendo. O lo que viene a ser lo mismo: distribuir para crecer. El quehacer político debe orientarse en esa dirección, en ese sentido. El mercado por sí solo no lo atenderá.
Ello entraña una reforma fiscal a fondo, redistributiva, que atienda tanto al gasto público, como a la forma de financiarlo. Hay que gastar más y mejor y acabar, en un plazo corto y claramente definido, con los enormes rezagos sociales.
En relación al PIB, México es uno de los países que menos gasta en materia social (i.e., educación, salud, seguridad social, vivienda, nutrición). El gasto social por persona es de los más bajos de América Latina. Y también gastar mejor, de manera más coordinada entre los tres órdenes de gobierno y entre los distintos programas. Para financiar el creciente gasto público, hay que llevar a la práctica una profunda reforma tributaria redistributiva que dé los recursos suficientes en un corto plazo para combatir la desigualdad.
Carlos Tello Macías
Profesor en la Facultad de Economía de la UNAM. Autor de varios libros, el más reciente es La revolución de los ricos.
rafael doniz
John Grahl
¿MÁS ALLÁ DE LA REDISTRIBUCIÓN?
La desigualdad se ha convertido en uno de los temas políticos centrales de nuestro tiempo, aunque el debate provocado por figuras como Thomas Piketty haya tenido hasta ahora poco efecto sobre las políticas públicas y la tendencia hacia concentraciones cada vez mayores de riqueza mantenga su marcha inexorable. En opinión del economista francés Philippe Askenazy, la «fascinación por el 1 por 100» que ha caracterizado muchos de los tra- bajos en ese terreno ha embotado su filo crítico. Askenazy, especialista en cuestiones sobre el trabajo y miembro del Conseil d’Analyse Économique del gobierno francés durante los primeros años de la presidencia de Hollande, aboga por un cambio en el planteamiento de la distribución primaria del ingreso y la riqueza. Gran parte de la discusión reciente se ha limitado a argumentos en torno a la redistribución post facto, mediante los impuestos y el gasto social, «naturalizando» así las fuentes de la desigualdad presentes en la distribución primaria entre capital y trabajo, lo cual desemboca en un punto muerto.
La ortodoxia prevaleciente explica el estancamiento o la disminu- ción de los ingresos de la clase trabajadora en las economías occidentales poniéndolos en relación con la productividad. Se afirma que la mayoría de los trabajadores son menos productivos, ya sea porque la competencia de los países de bajos ingresos ha reducido el valor de los bienes y servicios que producen, o bien porque las nuevas tecnologías han hecho redundante su trabajo. El nuevo libro de Askenazy, Tous rentiers!, desafía tales puntos de vista. El autor argumenta que los partidos socialdemócratas, al repro- ducir el argumento de la «productividad», se han rendido al fatalismo. Al aceptar la distribución primaria como «natural», se limitan a proponer únicamente medidas redistributivas –tan problemáticas en la economía global– o abandonan la búsqueda de la igualdad sustituyéndola por el espe- jismo de la «igualdad de oportunidades». Mientras tanto, la devaluación del trabajo realizado por la mayoría de la gente empuja al capitalismo hacia una espiral deflacionaria. Askenazy relaciona esa distribución primaria disfun- cional con la capacidad de agentes poderosos para captar «rentas», ingresos derivados de ciertas ventajas socioeconómicas o políticas, más que de su contribución a la producción. Esas ventajas pueden ser cuestionadas y la distribución primaria a la que dan lugar es, por tanto, dúctil. Un segundo tema del libro es la ideología de la propiedad privada, que se utiliza para reforzar las rentas existentes vinculándolas a los derechos de propiedad. La noción de una «democracia de la propiedad», sostenida en particular por la posesión exclusiva de las viviendas por sus propietarios, sirve para defender las pretensiones depredadoras de los más fuertes. A grandes rasgos, esos planteamientos, mordaces y con frecuencia ingeniosos, muestran un claro giro hacia la izquierda en la perspectiva de Askenazy.
En la teoría económica dominante, «renta» se refiere a un flujo de ingre- sos mayor del que se necesitaría para asegurar los recursos en cuestión. Por lo tanto, sería posible comprimir o reasignar dichos ingresos sin perjudicar la producción. El concepto tiene su origen en el análisis efectuado por Ricardo de la renta de la tierra: a medida que se produce el desarrollo económico mediante la acumulación de capital, una parte del aumento de lo producido va a parar a los propietarios, aunque no hayan realizado ninguna contribu- ción adicional a su producción. Posteriormente los economistas aplicaron el término a otros flujos de ingresos. Un ejemplo importante son las rentas de monopolio: si se redujera el poder de mercado de un monopolista, no habría que reducir la producción de la mercancía en cuestión (de hecho, se podría esperar que su producción creciera), lo cual se solapa con la noción de rentas tecnológicas: si una empresa adquiere un proceso más eficiente que el de sus rivales, podría disfrutar de precios basados en los métodos establecidos pero ahora ineficientes y obtener de ese modo «superbeneficios». Tales rentas pueden fortalecerse por la ley de patentes. Podemos afirmar que determina- dos ingresos salariales implican una renta, si un trabajador recibe un salario más alto del que podría obtener en otro lugar, lo cual se relaciona con la distinción entre «insiders» y «outsiders», que hace a estos últimos recibir el mismo salario que podrían obtener en otro empleo, mientras que los pri- meros reciben una prima sobre ese nivel. Luego nos topamos también con las rentas de la tierra, muy elevadas, extraídas por los promotores urbanos en ciertas ciudades. Los franceses, en particular, se refieren a menudo a «rentas situacionales», ventajas para algunos agentes que surgen de su lugar en estructuras geográficas, organizativas o de otro tipo. En el contexto britá- nico, existe una escandalosa multiplicidad de rentas situacionales creadas por la subcontratación de servicios públicos y la venta de activos públicos.
Tous Rentiers! adopta lo que Askenazy llama «una definición más amplia y más neutral: las rentas son ventajas que pueden ser apropiadas (accaparés) de forma coherente por los agentes económicos (capitalistas, terratenien- tes, empleados, trabajadores autónomos, empresarios, Estados, etcétera) mediante mecanismos económicos, políticos o legales sobre los que pueden influir». La obtención de rentas en el capitalismo actual está protegida por la ideología del «propietarismo» (propriétarisme), que define ciertos puestos de trabajo como «improductivos», aunque generen aumentos de productivi- dad que hacen crecer aún más las rentas. En la actualidad, la redefinición de la distribución primaria no es solo una cuestión de justicia o salud pública, argumenta: «Al negar la contribución de los trabajadores a la producción de riqueza y estigmatizar como improductivos a los que sostienen el desarrollo, el capitalismo se condena a sí mismo. Una revaluación del trabajo es esencial si queremos escapar de la deflación salarial que hoy está ralentizando las economías y llevándolas al estancamiento».
Como señala Askenazy, la distribución primaria es también un índice de reconocimiento social del valor del trabajo: recibir un ingreso mensual de 600€ más un subsidio salarial de 400€ no es lo mismo que ganar 1200€ y pagar 200€ de impuesto sobre la renta. Más allá de esas consideraciones, la preocupación excesiva por el 1 por 100 (o el 0,1 por 100, o el 0,001 por 100) simplifica en exceso el patrón de desigualdad. Askenazy ofrece una clara demostración de los límites de la presentación de Thomas Piketty basada en la ecuación α = r × ß, en la que α, la participación del capital en la renta nacional, es igual a r, la tasa de beneficio, multiplicada por ß, la relación capital/ingresos. Detrás de esa formulación hay una tendencia a ver tanto la tasa de ganancia como la intensidad en capital de la producción como «naturales» o determinadas por factores técnicos y el resultado de la com- petencia. Askenazy cambia la formulación de Piketty (r = α / ß) para darle una interpretación marxista completamente diferente. La tasa de beneficio r depende de la tasa de explotación, α, dividida por ß, la composición orgánica del capital: ambos determinantes, el primero más inmediatamente, resultan del conflicto social entre el trabajo y el capital.
En lugar de aceptar la interpretación «naturalista» de la desigualdad, sos- tiene Askenazy, es necesario comprender las convulsiones que han dado lugar a nuevas rentas y han permitido su captura. Señala el papel desempeñado por tres factores «especialmente poderosos» en las últimas décadas: el colapso del comunismo y la incorporación de China a los circuitos del mercado global; el debilitamiento de los sindicatos y la desestructuración de la clase obrera (salariat); y las nuevas fuentes de renta ligadas al cambio tecnológico y a la aglomeración urbana. En principio, la creciente importancia de los factores intangibles y de la aglomeración en el desarrollo económico debería devaluar las exigencias del capital, ya que las empresas gigantes de la era digital ya casi no necesitan capital físico. En cambio, el capital se beneficia de regímenes que extienden y forta- lecen los derechos de propiedad, siendo los dos más importantes los bienes inmuebles y la propiedad «intelectual». El desarrollo de economías altamente productivas en las principales ciudades da lugar a rentas de aglomeración, frecuentemente captadas por los propietarios de bienes inmuebles: Londres, donde Askenazy cree que aún persisten formas feudales de propiedad de la tierra, es un ejemplo clave. El sector financiero, al proporcionar crédito hipoteca- rio, también puede captar parte de esas rentas. (Por supuesto, se podría limitar esa tendencia a través de la acción política mediante el control de rentas y la provisión de transporte público). Un objetivo clave de la política oficial ha sido ampliar la gama de formas de propiedad privada. Askenazy dedica una atención especial a la propiedad intelectual –ejemplificada por la explotación de patentes farmacéuticas, que aumentan los costes de la atención médica– y la privatiza- ción de los datos extraídos de Internet.
Sin embargo, señala Askenazy, los capitalistas no son los únicos que pueden capturar rentas. También ofrece ejemplos de cómo se puede hacer en el «mundo del trabajo». Un factor clave es la indispensabilidad o «criticidad» (criticité), una idea tomada de la ingeniería, utilizada en este sentido para medir la pérdida que un grupo particular puede imponer, multiplicada por la probabilidad de esa pérdida. Las empresas pueden considerar a determi- nados tipos de empleados como capital en forma humana (L’humain-capital, en particular los deportes y las estrellas del cine, que no debe confundirse con el capital humano en su sentido habitual de habilidades y conocimien- tos adquiridos). Algunos grupos pueden ser funcionalmente indispensables, como los programadores que defienden la infraestructura electrónica contra los piratas informáticos o los operadores de las empresas financieras. La cri- ticité también puede ser institucional. En este contexto, Askenazy señala dos contrastes entre Gran Bretaña y Francia. Los abogados británicos ganan más que sus homólogos franceses debido a la opacidad y complejidad del com- mon law; por otra parte, los farmacéuticos franceses gozan de una posición más fuerte debido a una estructura reguladora que restringe la competen- cia (por ejemplo, al limitar el número de farmacias en un área determinada). Incluso cuando hay una competencia intensa, la movilización política puede utilizarse para capturar rentas para un grupo, como, por ejemplo, los camio- neros europeos que impugnan los aumentos de precios del diésel o las altas tasas en las carreteras. Los equipos de alta dirección de las grandes compa- ñías ilustran otra forma de corporativismo y captación «autorreferencial» o «endógama» de rentas.
Durante las últimas décadas se ha constatado una tendencia general a que los empleos sean más exigentes. Sin embargo, los directivos de nivel superior y los especialistas clave han logrado preservar su autonomía, limi- tando la tensión de su puesto aun cuando se intensifique la tasa de trabajo. Los trabajadores promedio, por otro lado, tienen que hacer frente a una mayor tasa de trabajo mientras poseen poca o ninguna autonomía. Este es el punto de partida del argumento central de Askenazy de que los trabajadores «menos cualificados» son productivos. Presenta una crítica bien documen- tada y multifacética de la explicación estándar para ampliar las desigualdades (en pocas palabras, se dice que los ordenadores y China son los responsables). Se han intensificado las ocupaciones rutinarias, con requisitos de trabajo más onerosos y una autonomía reducida para actuar sobre ellas, lo cual ha tenido graves consecuencias para la salud de los trabajadores: Askenazy se refiere al estancamiento de la esperanza de vida activa en Europa. Mientras tanto, el nivel educativo de las personas ocupadas en empleos de baja remu- neración sigue aumentando. ¿Pueden ser realmente esos trabajadores menos productivos que en el pasado?
Supongamos que la productividad se está estancando realmente. Eso significaría que la intensificación no ha provocado ningún aumento de la productividad, o que tales avances se han borrado por los fenómenos del agotamiento laboral y la descualificación del trabajo manual. Un sistema socioeconómico que degrada la vida de millones de personas por nada es simplemente absurdo. Y en ese caso, las desigualdades en las condiciones de trabajo tendrían que ser la priori- dad política. Por otra parte, si el argumento es falso, ello significa, para usar un término marxista, que el trabajo excedente de los perdedores, o su precariedad, genera rentas que han sido captadas por los grupos sociales victoriosos.
Askenazy concluye la discusión de este asunto abordando los problemas estadísticos de la medición de la productividad. Las medidas de «producti- vidad aparente», basadas en el valor de mercado de los bienes y servicios, son inútiles debido a su carácter circular: las mercancías producidas por los trabajadores con salarios bajos son baratas, y por ello se afirma que esos trabajadores son «menos productivos». Es necesario, por consiguiente, medir la producción en términos reales, pero surgen muchos problemas para hacerlo. En primer lugar, es difícil controlar las mejoras de calidad: si un supermercado permanece abierto más tiempo, puede que esto no aumente la cantidad de productos vendidos, pero aun así constituye una ventaja para los consumidores, que tienen mayor facilidad en cuanto al momento de su com- pra. En segundo lugar, los procesos productivos incluyen la participación de muchos trabajadores con distintas cualificaciones y habilidades (considé- rese el caso de un hospital). Es difícil, si no imposible, atribuir su producto conjunto a grados separados de trabajadores o a individuos: «Los “improduc- tivos” se enfrentan a una triple falta de reconocimiento: de la degradación de sus condiciones de trabajo; de su mayor productividad; y de la insuficien- cia de su remuneración».
Los capítulos finales de Askenazy son más programáticos, proponiendo determinadas estrategias para fortalecer la posición de los trabajadores y des- inflar las pretensiones de la propiedad privada. Los bajos salarios no son solo una señal de falta de reconocimiento, insiste: han atrapado al capitalismo en una espiral deflacionaria. Estados Unidos, el Reino Unido y la eurozona han intentado sin éxito detener la deflación, pero su búsqueda interminable de «reformas» del mercado laboral de hecho acentúa las presiones deflaciona- rias. La promoción de salarios mínimos por parte de los partidos de derechas –la cdu alemana, los conservadores británicos– surge de esta contradicción: quieren limitar la deflación sin fortalecer a la clase trabajadora en su conjunto, pero tales medidas han resultado ineficaces contra la amenaza deflacionaria. En el caso británico, según Askenazy, ni el gobierno de Cameron ni el Banco de Inglaterra anticiparon que toda la «pirámide salarial» colapsaría entre el 10 y el 15 por 100 entre 2008 y 2012: «No habían sospechado que el mundo del trabajo se vería desarmado hasta el punto en que aceptaría tal empo- brecimiento». Por lejos que haya llegado ese desarme, ello no significa que los asalariados hayan sido destruidos como clase, sostiene, si bien los parti- dos socialdemócratas han aceptado ese retroceso, abandonando el objetivo mismo de la igualdad en favor de la «igualdad de oportunidades» (men- ciona a ese respecto el período de Macron como ministro de Finanzas de Hollande). Se ha exagerado la descomposición de la clase obrera. Los datos estadounidenses, por ejemplo, muestran una disminución del porcentaje de los «trabajadores por cuenta propia» y de los que tienen más de un empleo: «Los modelos de negocio de Uber o de la entrega instantánea de Amazon, actualmente basados en el trabajo por cuenta propia, han sido cuestionados por los tribunales en su propia cuna californiana».
El sindicalismo histórico, aunque todavía cuenta con reductos en algunos sectores como el transporte urbano, «lucha por conquistar nuevos territo- rios, porque está demasiado ligado a las características específicas de los lugares de trabajo donde está atrincherado». Sin embargo, Askenazy detecta algunos desarrollos prometedores: la alianza entre enfermeras y pacientes contra las corporaciones de atención médica en algunas regiones de Estados Unidos, por ejemplo. Movimientos contra los bajos salarios de los empleados de la limpieza o de los establecimientos de comidas rápidas también for- man parte de ese «sindicalismo de la opinión», que trata de construir alianzas con grupos de usuarios y con el público en general: cuando los trabajadores con bajos salarios dependen de los subsidios, a los contribuyentes les inte- resa que aumenten los salarios. Se refiere a otras dos luchas exitosas. En la primera, las limpiadoas de las habitaciones de hotel en el centro de París se valieron de su criticité durante la temporada alta de los desfiles de moda para aumentar sus salarios, mejorar sus condiciones de trabajo y cuestionar su estatus precario. Las rentas que generan las casas de moda podrían así ser captadas en parte por las trabajadoras que rechazan su estatus de «outsider» y piden ser tratadas como «insiders». En la segunda, los camioneros obtuvieron grandes concesiones para los conductores de autobuses, que transportan a los empleados de las grandes empresas tecnológicas a sus puestos de trabajo en Silicon Valley.
No será fácil cuestionar el «propietarismo». Históricamente, muchos de los derechos de propiedad actuales no existían (hasta la segunda mitad del siglo xx, por ejemplo, no se podían patentar medicamentos en Francia). Pero la propagación de la exclusividad del propietario ha creado una barrera electoral, que protege las principales concentraciones de riqueza privada. En realidad, los méritos tan aclamados de la exclusividad del propietario –sus supuestas contribuciones a la ciudadanía, la satisfacción individual y la seguridad financiera– son muy cuestionables. Las pruebas contra tales pretensiones se pueden encontrar en el declive de la conciencia cívica en Suecia justo cuando se estaba produciendo un gran cambio del usufructo a la propiedad excluyente de la vivienda. La clave para una reducción de la prima asociada a la exclusividad del propietario radica en un importante programa de vivienda pública en alquiler, implementado de manera que garantice la mezcla social y bloquee la creación de nuevas rentas susceptibles de ser captadas por el sector privado. Si bien existe una creciente conciencia de que algunas formas de propiedad «intelectual» son disfuncionales, eso no es suficiente para promover un cambio real. Sin embargo, la acción de algunos gobiernos para reducir los precios de los productos farmacéuticos representa un cambio en el equilibrio de fuerzas. A su juicio, también sería posible legislar contra la apropiación privada de datos personales en la eco- nomía digital.
La trayectoria de Askenazy muestra los cambios experimentados en el centroizquierda, que pueden extenderse de modo creciente a medida que los procesos cada vez más amplios de reestructuración del capital desencadena- dos desde la década de 1980 provocan un caos social cada vez mayor. Con sus doctorados en matemáticas y economía, Askenazy estaba perfectamente cualificado para realizar estudios académicos sobresalientes en el campo que había elegido: relaciones laborales y mercados de trabajo. Su breve libro Les désordres du travail (2004) describía la degradación de las condiciones de trabajo a raíz de la transición al «posfordismo» en una amplia gama de sec- tores industriales. Pero su pusilánime conclusión de que debería ser posible «mejorar» la condición de los trabajadores «sin poner en tela de juicio la diná- mica productivista», contrastaba flagrantemente con la fuerza de su crítica anterior. Ese contraste había sido aún más obvio en su galardonado estudio de 2002 La croissance moderne, basado en su tesis doctoral. En él caracterizaba los procesos laborales posfordistas desarrollados mediante la «reducción de personal», el «trabajo en equipo» o la «reingeniería» como una nueva forma de estajanovismo. Se trataba de algo más que una vaga metáfora histórica: en aspectos significativos, la estrategia de intensificación del trabajo adoptada por las empresas capitalistas a finales del siglo xx se asemejaba al impulso productivista soviético de la década de 1930. Incluso argumentaba, sobre la base de las estadísticas estadounidenses, que el aumento en la tasa de acci- dentes industriales era un indicador fiable de la reorganización posfordista experimentada en un sector determinado. Pero Askenazy extraía de ese aná- lisis únicamente las lecciones programáticas más débiles, sugiriendo que la legislación del salario mínimo podría compensar en la esfera del consumo lo que se había perdido en la de la producción, al menos en cierta medida.
Les désordres formaba parte de la colección «La République des Idées», supervisada por el historiador político Pierre Rosanvallon y descrita mor- dazmente por Frédéric Lordon como «un think tank y un editor de ideas “correctas”», cuya función era la de proporcionar al Partido Socialista Francés alimento intelectual, evitando plantear cuestiones «indecorosas». Lordon proseguía acusando a Daniel Cohen, director de la tesis de Askenazy y quizá su mentor, con el que ha trabajado a menudo, de haberse «dado cuenta repentinamente» de que la estructura de la unión monetaria europea era «defectuosa desde un principio»: «Esos expertos deben de estar funcio- nando con diésel: evidentemente necesitan tiempo para calentarse». Ese juicio podría ser demasiado severo para el propio Askenazy, incluso en su anterior encarnación, porque ahora ve claramente la necesidad de combinar la experiencia analítica y política con una impugnación más profunda de las relaciones sociales, que sustentan la degradación de la vida laboral y otros desarrollos malignos. Una señal de ello es su actividad dentro del colectivo Les Économistes Atterrés, la red más enérgica de economistas críticos en Francia. Tous rentiers! concluye recordando agosto de 1914, cuando los parti- dos socialdemócratas europeos se alinearon junto a sus gobiernos nacionales para apoyar la guerra y extrae un paralelismo con la crisis actual de la social- democracia, arraigada en una capitulación similar frente al «pragmatismo». Romper con la idea de que todo es propiedad privada será una lucha larga, enfatiza Askenazy:
Los Estados y los ciudadanos pueden, sin embargo, cambiar ya el equili- brio de fuerzas con los propietarios de capital intangible para recuperar una parte de sus rentas. Por encima de todo, la fragmentación del trabajo es un mito. El trabajo está concentrado, más que nunca, en torno a un pequeño número de organizaciones y dentro de espacios limitados. Esta configura- ción hace posible un despertar del trabajo, un renacimiento, ya visible en algunos lugares, de movimientos colectivos que revelan la indispensabilidad de lo «improductivo». Ofrece la posibilidad de nuevos equilibrios de poder, que permitan un reconocimiento justo de la productividad de todos. Y la nueva asignación de rentas que resulta de tales equilibrios pondría al capita- lismo en la vía hacia el progreso y la emancipación.
Ahí vemos, llegando al clímax de una discusión incisiva, una perspectiva emocionante, pero que deja margen para la duda crítica. Dicho simple- mente, la distinción central entre distribución primaria y secundaria parece excesivamente polarizada: algunas rentas, en particular la de la tierra, son fácilmente imponibles y un programa mixto que incluya medidas redistribu- tivas parece posible sin pérdida de filo político. Más allá de esta cuestión de equilibrio, algunas preguntas básicas siguen sin respuesta. Eso no significa confundir el empuje combativo de Tous rentiers! o su defensa contundente de la clase obrera y otras luchas populares. Pero si bien Askenazy parece deci- dido en cuanto a la identidad social de las fuerzas capaces de desafiar con éxito el orden de distribución prevaleciente, tiene poco que decir sobre el carácter de la agencia política capaz de trabajar hacia una nueva síntesis programática. Menciona «el Estado» como un posible agente positivo en las arenas donde ahora contienden los monopolios opresivos –la captación masiva de datos y la rapacidad de las grandes compañías farmacéuticas son casos destaca- dos en la actualidad–, ¿pero bajo qué tipo de gobierno? La socialdemocracia, según su propio razonamiento, parece incapaz de apoyar y, mucho menos, de dirigir, el tipo de lucha que juzga indispensable, pero sigue siendo el des- tinatario ocasional de sus exhortaciones. ¿Un residuo, quizá, o una premisa obstinada pero anticuada del pensamiento programático? ¿O tal vez un mar- cador de posición para una nueva formación política de la izquierda?
From the ‘yellow vests’
to the social-ecological state
by Éloi Laurent on
30th January 2019
The concept of the social-ecological state can inspire a new social policy
to tackle the twin crises of inequality and environment.
The revolt of the gilets jaunes is the first social-ecological crisis of contemporary France and one of the first in Europe. It was triggered by the major issue—too long eluded in the country of pristine republican equality—of fossil fuels trapping millions of workers daily.
Many others crises will follow or are already here, some blazing, others nagging. All ecological challenges are social issues and the environment is the new frontier of inequality. Either these environmental inequalities will be defused or they will explode in the face of politicians like social bombs. They will not disappear by magic.
A nagging social-ecological crisis? Food injustice, along with fuel poverty, is the cry that has resonated on the roundabouts with the gilets jaunes. At least two issues hurt millions in France today: access to food (the income share of the food budget of the poorest 10 per cent is double that of the richest, while food insecurity affects 12 per cent of adults) and access to good nutrition (the difference in the diet of the different social categories is not in energy density but nutritional quality). At each stage of life, food contributes to social inequalities in health: during pregnancy, breastfeeding, child and adult nutrition. We eat as we are and live and die as we eat.
Or take the sanitary injustice affecting children in urban areas polluted with particulate matter. Prolonged exposure to an additional 10 μg/m3 PM2.5 (the smallest and therefore the most dangerous particles measured) means losing about one year of life expectancy. Ecology is health.
A blazing social-ecological crisis? There is an injustice of fate in the impact of heat waves linked to climate change. The dramatic experience of the heat wave of 2003 (70,000 deaths in Europe) will repeat itself. In France alone, with one of the best healthcare systems in the world, 15,000 died in the canicule—90 per cent of the victims were over 65 and social isolation was a crucial risk factor. The crossing of the two maps, of the social isolation of the elderly and the risk of heat waves, provides us with a social-ecological indicator of the climatic vulnerability of European localities. Heatwaves act as a revelation of social isolation.
Social inequality is similarly implicated in the impact of the so-called ‘natural disasters’ which are increasing in Europe as elsewhere on the planet. Of the $158 billion of disaster costs worldwide estimated by the Swiss Re reinsurance group for the year 2016 (compared with $94 billion in 2015), less than a third was covered by insurance companies. Climate change leads to social precariousness.
And the list goes on, from access to water to exposure to noise, from ‘environmental cancers’ to street-cleaning equality. In the face of these social-ecological crises, the same question arises: are we ready? Obviously not. What can we do about it? Everything.
A social-ecological state
More precisely, we can be doing as we have been doing in Europe for over a century with resounding success—building collective institutions able to mutualise risk to reduce injustice. We can build a social-ecological state calibrated for the 21st century, where the crisis of inequality and the ecological crisis are intertwined and mutually reinforcing.
Environmental risk is certainly a collective and global horizon but it is also socially differentiated. Who is responsible for what and with what consequences for whom? Such is the main question of the social-ecological approach and it calls for a social-ecological policy.
What does this social-ecological state comprise? It organises the social-ecological transition to respond to environmental change with social progress. It is financed by fair ecological taxation, which makes visible the considerable hidden social cost of environmental crises while reducing social inequalities. There is nothing inevitable about the social injustice of environmental taxation: the original French carbon tax of 2009 redistributed money to the 30 per cent of the poorest French (today’s gilets jaunes) on the basis of income and spatial location, while the most efficient ecological-tax systems on the planet (especially in the Nordic countries) are all built on a principle of social compensation.
The carbon tax which has just been abolished by the Macron-Philippe government in the face of social unrest, on the contrary, was introduced by stealth in the French system and levied regardless of any social criterion. In hastily abolishing it, rather than thinking hard and long about social compensation, the government did the opposite of what must be done: we should not play the social against the environmental in a short-sighted way but carefully work to integrate the two in the long run.
The development of a social-ecological policy requires prior identification and analysis of the associated and sometimes inextricable character of the social and environmental dimensions: there is a need to recognise the ecological stakes within social issues, as well as to reveal the social stakes of ecological issues. Many if not all social-ecological trade-offs can then be transformed into social-ecological synergies: fuel poverty related to home heating results both in monetary poverty and energy over-consumption.
Thermal insulation (home weatherisation) allows for a reduction in energy consumption (and thus lower related greenhouse-gas emissions, triggering environmental improvement), which translates into lower expenditure devoted to energy by fuel-poor households, allowing for social progress.
The social-ecological state also guarantees social-ecological protection for the most vulnerable (social groups as well as localities facing climate risk). It organises the development of jobs in the energy transition. It redraws urban spaces to make them sustainable and imagines their ecological co-operation with rural areas (vis-à-vis energy and food). ‘State’ should indeed be understood broadly: the social-ecological transition is polycentric, meaning that every locality and every community can and should participate.
Finally, the social-ecological state aims at human well-being—not growth or fiscal discipline—starting with health. It relies on a simple but hard truth: our societies will be more just if they are more sustainable and more sustainable if they are more just. In other words, it makes environmental sense to mitigate our social crisis and social sense to mitigate our environmental crises.
A ‘green new deal’ in the US
The idea of a ‘green new deal’ is resurfacing in the United States, under pressure from an ambitious new generation of red-green politicians who have understood the social-ecological crises we are facing and are not afraid of taxing the powerful to protect the vulnerable. While Europe was ahead of the original new deal by close to half a century, it is lagging behind this new horizon.
And yet the social-ecological state has the power to reinvent social progress in the face of socially unequal environmental crises, just as the state was reinvented when the welfare state was born, built and defended. That revolution started in Europe. The social-ecological transition should as well.
About Éloi Laurent
Éloi Laurent is a senior research fellow at OFCE (Sciences Po Centre for Economic Research, Paris), professor at the School of Management and Innovation at Sciences Po and visiting professor at Stanford University. He is the author most recently of 'Toward a Well-Being Europe' in the Report on the State of the European Union and The Well-being Transition: Measuring what counts to protect what matters.
Inequality and unions—
Brexit, Trump and ‘yellow vests’
by John Evans
23rd January 2019
Those on modest incomes used to compare themselves only with those around them, muting their anger. Globalisation has raised awareness of the inequality it has fostered but has weakened the unions best placed to fight it—with inchoate rage the result.
Sixty years ago, the sociologist WG Runciman published an influential study of attitudes to ’relative deprivation’ in 20th century England. Runciman sought to explain why at crucial periods in the past century, notably after the first world war and in the Great Depression, high or rising inequality had not led to greater unrest or even revolution. His answer was that individuals tended to compare their social position only with ‘reference groups’ close to them.
Something has clearly changed. A decade into the great recession sparked by the 2008 financial crisis, politicians and commentators in industrialised countries are struggling to comprehend how in country after country there have been explosions of anger against governments and the ‘elite’.
The Brexit vote in the United Kingdom in June 2016, the election of Donald Trump in the United States the following November, the growth of nationalist and anti-immigration parties in northern Europe and, most recently, the ‘yellow vest’ insurrection in France all represent a populist reaction to the rising inequality, stagnant median incomes and economic insecurity which have become the dominant trends in many industrialised countries. They reflect a growth of relative deprivation, where significant segments of populations feel that, whereas others have gained from economic and social change, they and their families have lost out—and they fear a future of even greater insecurity. Sharpening divisions appear after decades of the weakening of intermediary institutions, notably trade unions, whose economic role was to act as a brake on rising inequality and whose political role was to provide voice to those feeling unjustly treated and to negotiate solutions to their grievances.
Brexit, Trump, nationalism and street violence all represent bad answers to an important question—how to reforge agreement on distributive justice for those who have lost out (or so feel) from globalisation, technological innovation or responses to climate change. A ‘new social accord’ is essential, in workplaces and communities, to rebuild trust in fractured societies. It must reduce income inequality, support purchasing power and median incomes, address job quality and counter the spatial concentration of discontent. Above all, it will entail reconstructing and reinforcing intermediary institutions, such as unions, which can provide voice and collective solutions.
Elephant curve
Over the past 30 years, income inequality at a global level has declined between countries—in the main due to the rapid industrialisation of China—but it has risen within most, particularly industrialised, countries. This has been depicted by Branko Milanovic of the World Bank in an ‘elephant curve’, showing that those who have lost out over the period have been low and middle-income groups in developed countries
During the three decades, the share of labour in national income has declined by on average ten percentage points of gross domestic product. Work by the Organisation for Economic Cooperation and Development shows that in all countries the ‘very top of the income distribution’ has gained most—indeed, in the US, where the bottom 60 percent did not see any increase in their living standards from 1990, the top 1 per cent increased their income share from 13 per cent then to 18 per cent in 2014.
This rising inequality has clearly contributed to the fall in trust in several countries, notably the US and the UK. It’s also had a significant economic cost. International Monetary Fund research has shown that increasing inequality, along with the behaviour of financial intermediaries, contributed to the pre-2008 bubble. Other work concludes that ‘equality appears to be an important ingredient in promoting and sustaining growth’. Via lack of access to education, high inequality is self-reinforcing and the OECD has calculated its negative impact on growth across a range of countries.
The economics profession must take its share of blame for the toleration or even encouragement of rising inequality. The father of rational-expectations theory, Robert Lucas, wrote in 2003: ‘Of the tendencies that are harmful to sound economics, the most seductive, and in my opinion, the most poisonous, is to focus on questions of distribution.’ Such neoclassical economists have traditionally argued that wages reflect productivity and so the only solution to widening inequality—purportedly arising from global opening of economies or technological change—is to improve education and training for lower-wage workers.
Yet the growing gap between productivity growth and stagnant median wages in the US cannot be thus explained. Nor can rising productivity explain the explosion of chief-executive pay—in the US the ratio of CEO pay to that of the average worker in the top 350 companies rose from 20:1 in 1965 to 312:1 in 2017. Indeed, IMF researchers, examining 20 industrialised economies, concluded that 40 per cent of the rise in inequality between the top and bottom income deciles from 1980 to 2010 was due to the decline of trade-union density alone.
The ‘great moderation’ in wage and price increases following the oil shocks of the 1970s was in the main brought about by the weakening of trade unions and the dismemberment of collective bargaining, notably in the Anglo-American world under the Reagan and Thatcher administrations Keynesianism, under which, as Robert Skidelsky put it, ‘macroeconomic policy would secure growth and full employment’ while ‘strong trade unions and redistributive taxation would ensure that the fruits of growth were fairly shared’, was abandoned.
The impact on income inequality, with the delinking of median wages from productivity in the US and wage stagnation in the UK, meant that what the International Labour Organization has called the ‘crisis before the crisis’—inequality—increased the social vulnerability which saw the 2008 crash become the great recession.
Labour heartlands
Hence the delayed reaction of anger was initially felt in labour heartlands—the traditionally working-class areas in England and Wales and in the Great Lakes states of the US. But with the intermediary trade-union institutions weakened, the way was paved for self-harming populist responses: the election of Trump and the vote for Brexit.
A National Bureau of Economic Affairs study examined the effect of ‘right-to-work’ (anti-union) laws on voting behaviour and political activity in the US between 1980 and 2016. It found that they reduced Democrat presidential vote shares by 3.5 percentage points, with lower organised-labour campaign contributions to Democrats and less contact with potential Democrat voters in ‘right-to-work’ states. Moreover, fewer working-class candidates served in state legislatures and Congress.
In the presidential election, Trump effectively prevailed through victories in Indiana, Wisconsin and Michigan, which formerly voted Democratic. From 2008, when Barack Obama was elected, to 2016, union density dropped in Michigan from 18.8 to 14.4 per cent and in Wisconsin from 15.0 to 8.1 per cent. Three of the Great Lakes states had converted to ‘right-to-work’ states by the 2016 election. In another swing state which shifted to Trump, Pennsylvania, union density dropped from 15.4 to 12.1 per cent.
Income inequality has been less pronounced in France over the past 30 years. On the common measure of inequality, the Gini coefficient (which ranges from zero inequality to a maximum of 1), at 0.29 France is higher than the Nordic countries but lower than the OECD average and a long way from the US level of almost 0.4. In its 2017 presidential election, France appeared to be a country that in electing Emanuel Macron steered away from populism. Nevertheless, low and median real incomes have been stagnant in France in recent years, whereas the income of top earners has risen significantly. The share of the top 1 per cent in pre-tax income rose from less than 8 per cent in 1983 to between 10 and 12 per cent between 2008 and 2013.
Gilets jaunes
Eighteen months after the election, France was confronted by violent protest. Several hundred thousand gilets jaunes, protesters wearing high-visibility jackets, blockaded hundreds of roads, access to refineries and shopping centres with increasing violence. The spark was a planned increase in fuel tax, part of the government’s plan for ‘energy transition’ to a lower-carbon economy. But the driving force was the perceived injustice of stagnant pouvoir d’achat (living standards) among lower-middle income families .
The government’s decision to abolish the impot sur les fortunes (wealth tax), coupled with some ill-judged conspicuous consumption by Macron and his elitist style, fuelled anger at the ‘president of the rich’.
Despite the violence, far-right infiltration and mounting cost of the protests, they sustained support from almost 70 per cent of the population. The government was forced to introduce a moratorium on the fuel-tax increases and sought to open dialogue with the protesters. But it appeared nonplussed and helpless, given the amorphous nature of the protests.
In the past, protesting French trade unions were able to negotiate outcomes, such as in 1996 following huge demonstrations against pension reform. Yet trade-union proposals earlier in 2018 for dialogue on the social measures to accompany climate transition were dismissed by the government. Only as the crisis mounted did it seek belatedly to bring trade-union and employer representatives into discussion.
While there are many national specificities to the French situation, in December the International Trade Union Confederation published a 14-country poll derived from interviews with almost 15,000 workers. Fifty-nine per cent of respondents in work said they were just about managing financially, struggling to make ends meet or not managing at all, often going without essentials or falling into debt. Nearly one in four (23 per cent) believed their job was insecure. Only 32 per cent of those just about managing, struggling or in debt thought their voice mattered in politics.
A feature of the unrest in France, but also present in the US and UK reactions, has been the increasing intolerance of spatial inequality. In France, the initial focus of the gilets jaunes was dependence on private vehicles in non-urban areas and rising fuel costs: 18 million people—almost 30 per cent of the population in France—have no access to public transport. In these circumstances an increase in fuel cost translates into a fall in real income and not a shift in consumption away from hydrocarbons. Relative isolation and the decline in public services in non-urban areas has also featured in the growth of right-wing populism: a 2016 survey found a relationship between the distance to post offices and the vote for the then National Front. In the UK EU referendum that year, pro-Brexit votes in the north and west of England and Wales, as against the solid ‘remain’ votes in London and some other cities, reflected resentment against urban agglomerations seen to be doing well out of globalisation.
Trade unions
The late Anthony Atkinson put forward 15 proposals to reduce inequality. These sought to establish a more favourable balance of power between labour and capital, allied with progressive taxation to help those in the lower deciles of the income distribution. They included trade-union representation of workers to relink productivity growth and incomes.
The declining influence of intermediary institutions, notably trade unions, since around 1980 is an important factor in explaining the rise in inequality in several countries and the associated inchoate explosions of anger. (Re)building a social accord must therefore begin with stimulating intermediary institutions rather than seeking to minimise or even
About John Evans
John Evans is a visiting fellow at the University of Greenwich and academic visitor at St Peter’s College, Oxford University. Until 2017 he was general secretary of the Paris-based Trade Union Advisory Committee to the OECD.
politics, pessimism and populism
Sheri Berman
10 oct 2018
The rise of right-wing populism is probably the most pressing problem facing Europe today. Many analysts, including myself, have linked the rise of populism to the decline of the social democratic or centre left. Many traditional social democratic voters now vote populist; social democracy’s embrace of a “kinder, gentler” neoliberalism opened a policy “space” populists filled with welfare-state chauvinism; and social democracy’s fading electoral fortunes have rendered majority left government and, in many European countries, any stable majority government impossible, making it more difficult to solve problems, increasing dissatisfaction with democracy and support for populism further.
But beyond these connections lies a more fundamental one: the loss of a sense of the possible social democracy injected into post-war liberal democracy.
Social democracy was the most idealistic, optimistic ideology of the modern era. In contrast to liberals who believed “rule by the masses” would lead to the end of private property, tyranny of the majority and other horrors and thus favored limiting the reach of democratic politics, and communists who argued a better world could only emerge with the destruction of capitalism and “bourgeois” democracy, social democrats insisted on democracy’s immense transformative and progressive power: it could maximize capitalism’s upsides, minimize its downsides and create more prosperous and just societies.
Such appeals emerged clearly during the inter-war years, when democracy was threatened by populism’s more dangerous predecessor—fascism.
In the United States, for example, FDR recognized that he needed to deal not merely with the concrete economic fallout of the Great Depression, but also with the fear that democracy was headed for the “dust heap of history” and fascist and communist dictatorships were the wave of the future. This required practical solutions to contemporary problems as well as an ability to convince citizens that democracy remained the best system for creating a better future. As Roosevelt proclaimed in his first inaugural address:
Compared with the perils which our forefathers conquered because they believed and were not afraid, we have still much to be thankful for… [Our problems are not insolvable, they exist] because rulers have failed… through their own stubbornness and… incompetence… This Nation asks for action, and action now… I assume unhesitatingly the leadership of this great army of our people dedicated to a disciplined attack upon our common problems… The only thing we have to fear is fear itself.
Swedish model
A similar dynamic played out in the other center-left success story of the era—Sweden. Recognizing the danger from the unstable minority governments that plagued the country during the inter-war years, the growing power of fascism, and the Great Depression, the social democratic party (SAP) developed a new view of the relationship between the state and capitalism, culminating in its famous championing of “Keynesianism before Keynes.” Like Roosevelt they offered voters concrete solutions to contemporary problems as well as a commitment to creating a better world. During the 1932 election campaign a party newspaper, for example, declared “Humanity carries its destiny in its own hands…. Where the bourgeoisie preach laxity and submission to…fate, we appeal to people’s desire for creativity…conscious that we both can and will succeed in shaping a social system in which the fruits of labor will go to the benefit of those who are willing to […] participate in the common task”(see here). The party paired this economic appeal with a promise to turn Sweden into a “Folkhemmet” or “people’s home”— a country where the “barriers that…separate citizens” would be eliminated and there would be no “privileged or neglected, rulers or dependent, plunderers and the plundered.” (see here). The result was that whereas in countries like Germany and Italy fascists appeared politically active and ambitious, in Sweden the SAP became known as the party with exciting plans for creating a better world.
After 1945 social democratic parties broadly accepted the policies championed by Roosevelt and the SAP. Ironically, the success of these policies in stabilizing capitalist democracy led many to begin viewing the left’s job in technocratic rather than transformative terms. This trend culminated in the late twentieth century with leaders like Blair, Clinton and Schroeder who believed transformative projects were passé or even dangerous and that the left’s goal should be managing capitalist democracy better than the right. The dangers or at least downsides of this were recognized by Blair himself who remarked in a 2002 speech that “sometimes it can seem as if it [politics had become] a mere technocratic exercise…well or less well managed, but with no overriding moral purpose.”
When times are good, such a politics can suffice, but when they are not, a widespread belief that governments are unwilling or unable to change the status quo leads to dissatisfaction with democracy. This, of course, is where populism comes in.
Populism peddles a politics of fear—of crime, terrorism, unemployment, economic decline, the loss of national values and tradition—and asserts that other parties are leading their countries to disaster. Surveys make clear that populist voters are extremely pessimistic: they believe the past was better than the present and are extremely anxious about the future. But pessimism has infected Western societies more generally. A recent PEW survey for example revealed that even though growing percentages of European citizens view their country’s economic situation as dramatically better than a decade ago, this has not translated into greater optimism about the future. Indeed, in many European countries the “experience-expectation” differential has grown: in the Netherlands, Sweden and Germany, for example, approximately 80 percent or more say the economy is doing well, but less than 40 percent believe the next generation will be better off than their parents.
These views reflect a troubling reality: particularly in times of change and uncertainty, people’s views are shaped more by emotions than rationality. Recognizing this, Roosevelt, the SAP and earlier social democrats understood that for the center-left and democracy more generally to thrive, what was needed was not merely practical solutions to contemporary problems, but also an optimistic vision to counter the dystopian one offered by populists.
During the postwar decades social democracy provided just this. Against communism and liberalism they argued that people working together could use the democratic state to make the world a better place. The problems of the 21st century are different in form, but they are not different in kind. What is needed is a combination of pragmatic policies that can address challenges like economic inequality, slow growth and disconcerting social and cultural change as well as an ability to convince citizens that liberal democracy provides the most promising path to a better future. The rise of politicians as different as Trump, Corbyn and Macron makes clear how desperate many citizens are for leaders who insist that politics matters—that change is possible if the will is there. If centre eft parties cannot respond to that yearning, voters will turn to other parties that do—with potentially dire consequences for the fate of liberal democracy.
About Sheri Berman
Sheri Berman is a Professor of Political Science at Barnard College.
anexos (descargables)
(dar click sobre la imagen para descargar):
1
consideraciones y propuestas sobre la estrategia de desarrollo para méxico
UNAM
grupo nuevo curso de desarrollo
rolando cordera (coordinador)
2
informe sobre la desigualdad global 2018
facundo alvaredo, lucas chancel, thomas piketty y otros
world inequality lab (en español)
No hay comentarios:
Publicar un comentario