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Kit de primeros auxilios :
Botiquín, utensilio portátil contenedor de materiales indispensables para brindar ayuda en caso de dolencias provocadas por los tiempos que corren, el avance mundial del fascismo, la indiferencia de la humanidad ante el cambio climático del planeta o la simple dificultad reincidente para comprender las noticias del día por falta de contexto.

no pretende encontrar la curación total de dichos males, sino simplemente amortiguar la confusión divulgando materiales poco frecuentes en nuestro entorno inmediato, poemas, canciones, artículos, datos, fotografías...para entender mejor “lo que está pasando” cuando “ya no pasa lo que estábamos entendiendo”.....por citar al Clásico.

iniciamos nuestros envíos como newsletter
estos últimos dias de 2018 y los primeros de 2019

esta noche del cambio de año, un país se enfrenta a un cambio de gobierno:
un cambio brutal, un cambio inesperado, un cambio estúpido,
un cambio, sin embargo, que se ha venido gestando desde hace tiempo...


1. eduardo galeano, vinicius de moraes, maria bethania 



2. 5 periodistas al azar, 1 despedido y varias opiniones:
paulo roberto pires, eduardo mourao vasconcelos, fausto salvadori, eric nepomuceno, mino carta

3. chico buarque de holanda (1980) explica y canta
oliver stone (2018) se dirige solidario


4. caetano veloso no canta y los políticos declaran:
guillerme boulos, joao pedro stedile, fernando haddad, manuela d'ávila
PT  -  MST  -  PTST
partido dos trabalhadores / movimento dos sem teito / movimento dos sem terra
y rut diamint opina sobre el uso de la fuerza




5. hip hop: rafael fish, billy saga,  ylsao negredo, lage, chegado, andre sagat, chai odisseia das flores, cronica menoes 
tom zé
mano brown, seu jorge y racionais mc's


La tradicional celebración de fin de año de
Yemanjá en Brasil

A cambio de bendiciones para el año entrante  
 los adoradores de la diosa del mar la celebran



toda la costa es una fiesta.
bahía, río de janeiro,y otras orillas celebran a la diosa de la mar

la multitud enciende en la arena un lucerío de velas
y arroja a las aguas un jardín de flores blancas, collares y otras coqueterías
espejos y golosinas que a ella tanto le gustan

entonces los creyentes piden algún deseo  :
los pescadores navegan cantando y desde las barcas le prodigan halagos

cuando le gustan los regalos, ella brinda los favores de su amparo

cuando los rechaza y devuelve a las arenas de la playa los espejos y las golosinas,
los pescadores tiemblan  : tendrán mal año, año de pocos peces y mucho peligro,
y más de uno será tragado en alta mar

cuando el oleaje se lleva las ofrendas, ellos retroceden,
de cara al horizonte por no dar la espalda a la diosa.
y a paso muy lento, regresan a la ciudad



                                                     eduardo galeano


Iemanjá  Rainha do Mar 
Maria Bethânia

Quanto nome tem a Rainha do Mar?       Quanto nome tem a Rainha do Mar? Dandalunda, Janaína Marabô, Princesa de Aiocá Inaê, 
Sereia, Mucunã Maria,
Dona Iemanjá
Onde ela vive?      Onde ela mora?
Nas águas     Na loca de pedra     Num palácio encantado     No fundo do mar
O que ela gosta?        O que ela adora?
Perfume Flor, espelho e pente   Toda sorte de presente   Pra ela se enfeitar

Como se saúda a Rainha do Mar?       Como se saúda a Rainha do Mar?
Alodê, Odofiaba Minha-mãe, Mãe-d'água Odoyá! 
Alodê, Odofiaba Minha-mãe, Mãe-d'água Odoyá!
Qual é seu dia Nossa Senhora?       Quando na beira da praia       Eu vou me abençoar
O que ela canta?      Por que ela chora?     Só canta cantiga bonita     
Chora quando fica aflita     Se você chorar     Quem é que já viu a Rainha do Mar?
Quem é que já viu a Rainha do Mar?
Pescador e marinheiro
Que escuta a sereia cantar         É com o povo que é praieiro
Que dona Iemanjá quer se casar




este año nuevo,  además,
se  instala  ahí  un  nuevo  gobierno

los pescadores tiemblan  : tendrán mal año, 
año de pocos peces y mucho peligro,
y más de uno podrá ser tragado en alta mar…









 “How Fascism Works”    : 
Jason Stanley On Trump, Bolsonaro and the Rise of Fascism Across the Globe



HOJE, AMANHÃ E SEMPRE
Hoje, eles ganharam, e estão comemorando. 
Teremos que nos silenciar, por enquanto.   Mas sobretudo, 
temos o papel de porta vozes da esperança e persistência

Por Eduardo Mourão Vasconcelos 
29/10/2018 

Ontem tivemos uma derrota que marcará a história de nosso país, com a vitória de Bolsonaro. Durante a campanha, já vínhamos alertando para os riscos para a nossa democracia e direitos sociais, em caso de concretização de sua vitória.

No entanto, precisamos reconhecer que lutamos o bom combate. Resistimos nas redes sociais, fomos pra rua, tentando reverter na última hora o amplo favoritismo que ele já tinha.

A vitória de Bolsonaro não deve nos desanimar. Quem viveu mais tempo, que passou pela ditadura, tem essa experiência de olhar a história com maior distância, e reconhecer que ela tem mesmo suas ondas. Em uma analogia com a Bíblia, temos os anos de vacas gordas, mas também anos de vacas magras. Todos eles passam, e nós aprendemos a resistir em todos esses momentos. As lutas e as contradições internas aos sistemas de dominação, várias delas invisíveis para o cidadão comum, continuam a varrer a história.

E os analistas políticos já estão prevendo que o governo Bolsonaro tem inúmeros fatores de instabilidade. Podemos citar alguns:

1)  Foram produzidas muitas expectativas na população, de resolução dos complexos problemas nacionais, algo difícil de se oferecer respostas no curto e médio prazo. Um exemplo é a política de segurança. Sabemos que armar a população não resolve, apenas aumenta a insegurança e a violência.

2) Estamos enfrentando uma crise fiscal profunda nos governos federal, estaduais e municipais. Essa crise dificulta enormemente a retomada do crescimento econômico e a resposta às expectativas geradas na população.

3) O apoio a Bolsonaro mobilizou uma idealização muito intensa, como nos mitos heróicos e messiânicos. 
Temos precedentes na história política brasileira, com Jânio Quadros e Fernando Collor de Mello. A experiência deles e de outras, em vários países, mostram que, ao não serem capazes de produzir respostas satisfatórias no curto ou médio prazo, um processo de desidealização tende a ocorrer rapidamente, erodindo rapidamente o apoio a este tipo de liderança. Foi o que ocorreu com Jânio Quadros e Collor, levando-os à saída do poder.

4) Bolsonaro se elegeu tendo que controlar e evitar sua exposição pública em debates e ambientes em que teria que enfrentar o contraditório. Na presidência da república, esse controle é mais difícil, e ele tenderá a mostrar mais facilmente seu viés autoritário e antidemocrático, e sua visão simplista dos difíceis problemas nacionais.

5) Bolsonaro não tem maioria absoluta no Congresso, pelo menos para realizar mudanças constitucionais profundas. Se elegeu dizendo que não governará fazendo alianças com as forças convencionais no Congresso, e que não escolherá ministros com base no “toma lá, dá cá” que tem vigorado até agora. Para ter apoio no Congresso, ele precisará voltar à política tradicional. As medidas de reajuste fiscal colocadas na agenda econômica e política, como a reforma da previdência, são profundamente impopulares, e os parlamentares cobrarão muito caro o apoio a elas.

6) A visão e as medidas autoritárias de Bolsonaro certamente provocarão muitos conflitos com as instituições que têm como dever assegurar a democracia no país, como o Legislativo e o Sistema de Justiça, como as entidades civis que historicamente defendem as liberdades democráticas, e como os muitos movimentos sociais populares do país. Esses embates e conflitos tendem a crescer muito no seu governo.

7) A imagem internacional de Bolsonaro é péssima, e assim, começará um governo com um profundo desprestígio junto aos demais governos e agências internacionais, com poucas possíveis exceções, como o de Trump.
Poderíamos listar outros fatores que apontam para um governo de forte instabilidade, mas estes já são suficientes.

É por tudo isso que não podemos desanimar. A partir de agora, temos que avaliar sim o que passou, identificando os equívocos, mas com calma e solidariedade com nossos aliados. Precisamos estar atentos aos “sinais dos tempos”, em constantes análises de conjuntura, para identificar as brechas para resistência. E principalmente, para as inúmeras denúncias que certamente surgirão, e para as melhores estratégias de luta.

Assim, a história não acaba neste momento mais dramático, apenas começa uma nova etapa. E a nossa experiência mostra que nesses momentos temos que mobilizar, por um lado, a nossa paciência histórica de médio e longo prazo, e por outro, a nossa coragem e rebeldia, para as lutas micropolíticas no cotidiano, e para as grandes mobilizações que certamente virão.

Hoje, eles ganharam, e estão comemorando. Teremos que nos silenciar, por enquanto. Mas sobretudo, temos o papel de porta vozes da esperança e persistência. Muita coragem para todos nós, nesta nova caminhada. Vamos à luta de resistência!

Eduardo Mourão Vasconcelos é Psicólogo e cientista político, professor da UFRJ, militante pela democracia, direitos humanos e sociais desde 1972, e mais tarde particularmente na luta antimanicomial

Não é 64

Fausto Salvadori (Ponte)      31 OUT 2018

Não estamos em 1964.

Muita gente à minha volta está crente de que nos próximos meses veremos tanques avançando na Praça dos Três Poderes, a dissolução do Congresso e o Supremo Tribunal Federal fechado por um cabo e um sargento. Tem amigos que já se imaginam pendurados no pau-de-arara de um Doi-Codi recriado especialmente para caçar os autores de textões subversivos no Facebook. E tem outros que trocaram o WhatsApp pelo Signal por terem certeza de que o novo governo estará de olho em todos os nudes que andaram distribuindo.

Acho que não é por aí. Não estamos em 1964. Provavelmente não voltaremos a estar.

Não são temores que vieram do nada, é claro. Acabamos de eleger um defensor entusiasmado da ditadura militar, acompanhado por um vice que durante a campanha eleitoral defendeu a possibilidade de um autogolpe de Estado. Sim, Bolsonaro é motivo de sobra para ter medo. E eu mesmo tenho muito. 

Mas eu começo a me perguntar se o medo de rompimento institucional que rondou a sua candidatura não acabou funcionando como uma cortina de fumaça que desviou a atenção para as outras ameaçadas envolvidas em seu projeto político, que podem ser aplicadas sem romper com as regras formais da democracia.

Veja como Bolsonaro conseguiu fazer de sua cerimônia de vitória um evento positivo. Havia tanto temor que o capitão estivesse preparando um golpe de Estado que, quando ele tirou do bolso um discurso claramente protocolar, em que afirmava compromisso com as liberdades, a defesa da democracia e a Constituição, itens que deveriam ser o feijão-com-arroz de qualquer político eleito, isso foi recebido pela opinião pública com o entusiasmo de uma revelação. Foi destaque em todas as manchetes. “Jura defender democracia e liberdade”, saudou o Globo. No Estadão: “promete defender reformas, liberdades e democracia”. E a Folha destacou que o presidente eleito “promete respeitar a Constituição”.

Se a lógica da notícia é destacar o inusitado, o homem que morde o cachorro, é muito louco imaginar que a gente tenha chegado a um ponto em que os jornais considerem notícia que um presidente eleito prometa respeitar a Constituição. 
E não é que Bolsonaro conseguiu transformar sua fama de autoritário num fato positivo? 
É como se todos tivessem ficado tão aliviados por ele não ter anunciado a criação de pelotões de fuzilamento logo em seu primeiro pronunciamento que deixaram de destacar outros fatos bem mais sinistros, como a oração que o presidente de um Estado supostamente laico fez questão de fazer ao vivo, de mãos dadas com um pastor-parlamentar acusado de promover cruzadas morais à custa de falsas acusações de pedofilia, ou o fato de ter exibido em sua mesa, ao lado da Bíblia.

É o que me leva a perguntar até que ponto parte dos sinais, fortes sinais que apontavam riscos de um golpe de Estado não tenham sido deliberadamente plantados por Bolsonaro como uma forma de testar os limites da opinião pública, usando a técnica de nos assustar com o que é absurdo-para-caralho para no final nos detonar com o que é apenas absurdo. É o que Bolsonaro parece estar fazendo agora, por exemplo, com a proposta de redução da maioridade penal: o presidente fala em reduzir para 14 anos, o que é tão absurdo e assustador que, se ao final de muitos protestos, choro e ranger de dentes, o Congresso aprovar “apenas” uma redução para 17 anos, não parecerá tão ruim.

Acho que erramos feio ao subestimar a inteligência dessa extrema direita. Sim, as suas pautas mais chamativas são burras, mas explorar a ignorância e o medo de seus eleitores é justamente o que esses políticos fazem de melhor e o que os levou tão longe. Não há por que achar que deixarão de fabricar esse tipo de factoide agora que foram eleitos, pelo contrário. É importante manter o povo distraído enquanto o Governo vai ao que interessa, que é a implantação do programa de governo ultraliberal de Paulo Guedes, sobre o qual até agora se sabe muito pouco.

Um dos poucos analistas que vi apontar como Bolsonaro e seu pelotão são muito mais inteligentes do que as ideias que defendem foi Piero Leirner, professor da Universidade Federal de São Carlos e especialista em estratégia militar, em entrevista a Folha de S. Paulo e EL PAÍS. Leirner defendeu que as confusões e desentendimentos entre Bolsonaro, seu vice e seu economista — e, agora, possivelmente, também entre seu economista e seu futuro ministro da Casa Civil — fazem parte de uma estratégia deliberada para confundir pessoas, instituições e imprensa, que só vão entender o que está acontecendo e para onde a coisa está caminhando ao ouvir um pronunciamento do Capitão Bolsonaro, que “reaparece como elemento de restauração da ordem, com discurso que apela a valores universais e etéreos: força, religião, família, hierarquia”.

Há cada vez mais indícios de que Bolsonaro não é um Forrest Gump/Mr. Deeds do mal que chegou ao poder num momento triste da nação, mas alguém perfeitamente alinhado com forças externas poderosas. Os tweets e telefonemas calorosos com que Donald Trump e Benjamin Netanyahu saudaram Bolsonaro parecem indicar algo nesse sentido. As entrevistas do Goebbels de Trump, Steve Bannon, que retratam Bolsonaro como representante de um novo movimento direitista mundial, alinhado aos EUA e contrário à China, também.

Bom, e o que vem agora? Nada de bom, é certo. Mesmo que o governo Bolsonaro respeite a Constituição, sem recorrer a qualquer rompimento institucional ostensivo, há outras formas de torturar horrivelmente a democracia brasileira. Há muitas atrocidades que governantes podem cometer mesmo dentro dos limites da democracia formal. Donald Trump conseguiu proibir a entrada de imigrantes muçulmanos nos EUA com base em discriminação religiosa, ainda que não oficial, e também foi capaz de separar milhares de crianças pequenas de seus pais, um crime digno das piores ditaduras, e tudo isso dentro dos marcos legais da maior democracia do mundo.

Por aqui, então, os limites são mais largos ainda. Dentro da democracia brasileira cabem crimes como a execução sumária de 111 presos no Carandiru, em 1993, que até hoje permanece impune. Também cabe o que o Governo tucano fez em maio de 2006, quando policiais e grupos de extermínio mataram 493 pessoas em dez dias, mais do que a ditadura militar em 20 anos — e nem por isso alguém disse que o Brasil teria deixado de ser uma democracia.
Seguindo nessa linha, dá para imaginar que o governo Bolsonaro consiga limitar boa parte do que resta de democracia no Brasil sem precisar rasgar a Constituição que jurou defender.

Censura e perseguição a jornalistas? Hoje nenhum governo precisa mais instalar censores pagos dentro das redações, um expediente caro e trabalhoso. A Internet está repleta de censores, tanto robôs quanto gente de carne, osso e ódio pronto para atacar jornalistas que Mestre Bolsonaro decretar que são desonestos e produtores de fake news. A técnica de linchamento virtual, que é especialmente covarde por se voltar menos às empresas e mais às pessoas físicas dos jornalistas, incluindo seus familiares, é algo que foi aprimorada à perfeição nos últimos anos, especialmente por grupos ligados ao Movimento Brasil Livre. 

Execução de inimigos e desafetos do Governo? Sim, as polícias certamente ajudarão muito nesse serviço. Mas não dá para esquecer do papel das “pessoas comuns”, que, mesmo sem cargo público, vão se dedicar a matar LGBTs, negros e mulheres em nome do seu presidente — desde o primeiro turno, já foram oito mortes em mais de 150 ataques praticadas em nome de Bolsonaro, segundo o Mapa da Violência Política do Opera Mundi.

Não estamos em 1964. Estamos mesmo em 2018. E isso pode ser até pior.

NA AMÉRICA LATINA, 

HÁ UMA SENSAÇÃO DE ASSOMBRO 
COM O QUE ESTÁ ACONTECENDO NO BRASIL

Publicado el 26 nov. 2018

Escritor, periodista, investigador y traductor brasileño, corresponsal en Brasil de LaJornada (mex) y Página 12 (arg)
Los cuentos del brasileño Eric Nepomuceno desmienten la arraigada percepción que tenemos de la experiencia como el remedio a los males humanos. Maestro en el arte de retratar la realidad y la condición humana sin conmiseración alguna, Nepomuceno es de estos autores que ofrecen relatos que nos paralizan y nos hacen pensar en lo qué somos.


CARTA DE RESISTENCIA



Mino Carta,  pseudonym of Demetrio Carta  (born c. 1933 in Genoa) is an Italian-born Brazilian journalist, publisher and writer. Carta helped in the creation of Veja, Istoé and CartaCapital, three of the four leading newsmagazines currently published in Brazil.


Oliver  Stone  mensaje a  Brasil   (2018-2019)

Chico Buarque explica e canta "A pesar de você"  (1980)


A pesar de Você
Chico Buarque / Daniel Viglieti

Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão, não

A minha gente hoje anda
Falando de lado
E olhando pro chão, viu

Você que inventou esse estado
E inventou de inventar
Toda a escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar
O perdão

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Eu pergunto a você
Onde vai se esconder
Da enorme euforia
Como vai proibir
Quando o galo insistir
Em cantar
Água nova brotando
E a gente se amando
Sem parar

Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros, juro
Todo esse amor reprimido
Esse grito contido
Este samba no escuro

Você que inventou a tristeza
Ora, tenha a fineza
De desinventar
Você vai pagar e é dobrado
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Inda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria
Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença
E eu vou morrer de rir
Que esse dia há de vir
Antes do que você pensa

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia
Como vai se explicar
Vendo o céu clarear
De repente, impunemente
Como vai abafar
Nosso coro a cantar
Na sua frente

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Você vai se dar mal
Etc. e tal
Lá lá lá lá laiá

A pesar de usted 
Chico Buarque- Daniel Viglietti/1982
  
hoy es usted el que manda
lo dijo, está dicho
es sin discusión, no?

toda mi gente hoy anda
hablando bajito
mirando el rincón, vió?

usted que inventó ese estado
e ivuentó el inventar
toda la oscuridad

usted que inventó el pecado
olvidóse de inventar
el perdón

a pesar de usted
mañana ha de ser
otro día

yo quisiera saber
dónde se va a esconder
de esa enorme alegria

cómo le va prohibir
a ese gallo insistir
en cantar

agua nueva brotando
y la gente amándose
sin parar

cuando llegue ese momento
todo el sufrimiento
cobraré seguro, juro

todo ese amor reprimido
ese grito mordido
este samba en lo oscuro

usted que inventó la tristeza
tenga hoy la fineza
de desinventar

usted va a pagar
y bien pagada
cada lágrima brotada
desde mi penar

a pesar de usted
mañana ha de ser
otro día

daría tanto por ver
el jardin florecer
como usted no quería

cuánto se va a amargar
viendo al dia asomar
sin pedirle licencia

cómo voy a reír
que el día ha de venir
antes de lo que usted piensa

a pesar de usted
mañana ha de ser
otro día


tendrá entonces que ver
al día renacer
derramando poesia

cómo se va a explicar
ver al cielo clarear
de repente, impunemente

cómo va a silenciar
nuestro coro al cantarle
bien de frente

a pesar de usted
mañana ha de ser
otro día


caetano veloso visita viviendas conquistadas pelo  MTS rut diamant
Publicado el 18 ene. 2018



guillerme boulos aclara.....
MTST   =    MOVIMIENTO DE TRABAJADORES SIN TECHO



Caetano Entrevista  :  Guilherme Boulos
Fecha de estreno: 13 nov. 2018


Joao Pedro Stedile  (MST . MOVIMIENTO SIN TIERRA)

 30 Oct. 2018 - "Salimos de este proceso aglutinados, con capacidad y fuerza organizada para resistir a la pretendida ofensiva fascista". La afirmación es de João Pedro Stedile, de la coordinación nacional del Movimiento de Trabajadores Rurales Sin Tierra (MST), sobre el resultado de las elecciones presidenciales.

En entrevista con la Radio Brasil de Fato justo después de la victoria de Jair Bolsonaro (PSL), Stedile resaltó que a pesar de la derrota electoral, la victoria política es del campo progresista, que creó una fuerte unidad en las últimas semanas. En su opinión, el gobierno de Bolsonaro, que inicia el 1º de enero de 2019, deberá asemejarse al gobierno de Pinochet, en Chile, debido a su naturaleza fascista.

"Es un gobierno que va a usar todo el tiempo la represión, las amenazas, el amedrentamiento. Va a liberar a las fuerzas reaccionarias que están presentes en la sociedad. Por otro lado, va a intentar dar libertad total al capital en un programa neoliberal. Sin embargo, esa fórmula es inviable, no da cohesión social y no resuelve los problemas fundamentales de la población", dice Stedile.

¿Qué decirles a los más de 46 millones de personas que votaron por el candidato Fernando Haddad, apoyado por el MST?

Aún estamos al calor de los resultados y necesitamos, por sobre todo, tener mucha serenidad y entender el contexto de la lucha de clase y no considerarnos derrotados por este resultado. Aunque las urnas hayan dado legitimidad a Bolsonaro, no significa que el tuvo la mayoría del apoyo de la población. Hay un alto índice de abstención, 31 millones. Haddad tuvo 45 millones. Sólo ahí son 76 millones de brasileños que no votaron por Bolsonaro.

Por lo tanto, la sociedad brasileña está dividida. Incluso el resultado electoral, de lo que pude acompañar ya en las encuestas anteriores, quedó claro que quien está apoyando el proyecto de Haddad es quien gana menos, de dos a cinco salarios mínimos, quien tiene hasta educación primaria. Y claramente, los más ricos y adinerados votan por Bolsonaro.
Pero también hubo una división electoral geográficamente clara. Cuando miramos el mapa de Brasil con los gobernadores electos, tenemos 12 candidatos progresistas del campo popular en la región que va desde Pará hasta el gobernador Renato Casagrande (PSB) en Espírito Santo. El Nordeste y aquella parte de la Amazonia son un polo de resistencia geográfico que demuestran claramente que aquella población no quiere seguir los rumbos del proyecto fascista de Bolsonaro.

Com derrota na eleição presidencial,
PT volta a ser líder da oposição
Publicado el 29  oct. 2018


HADDAD EM NY   :    MEU PAPEL É ESTIMULAR ORGANIZAÇÕES A ADERIREM À CAMPANHA DA INTERNACIONAL PROGRESSISTA
Publicado el 2 dic. 2018


Políticos brasileiros participam de fórum na Argentina



DIAS PEORES VENDRÁN                                        eric nepomuceno


¿Quién custodia a los custodios? Democracia y uso de la fuerza
en América Latina
Los militares han vuelto a la escena latinoamericana.

Pero a diferencia del pasado, ya no aparecen como aliados de las fracciones perdedoras para participar de golpes de Estado contra los gobiernos constituidos sino, generalmente, como parte de proyectos de seguridad pública interna. Según las encuestas, los militares gozan hoy de mayores niveles de confianza que los partidos políticos. De esta forma, en un contexto de deterioro democrático regional, la «cuestión militar» vuelve al centro del debate de manera transversal a los posicionamientos ideológicos de los gobiernos.

Por Rut Diamint  NUEVA SOCIEDAD / ARG
Diciembre 2018
 

Para quienes aún recordamos los duros acordes de las marchas militares preanunciando un discurso oficial; para quienes observamos el desfile de tanques por las avenidas de la ciudad; para quienes vimos los uniformes cerrando el paso en las universidades; para quienes resuenan aún los dramáticos tiempos de las dictaduras militares, estos años de democracia han sido vivificantes.

Para otros, la cuestión militar así planteada parece un tema del pasado. Como «ya no hay golpes de Estado» en América Latina, proponen examinar los nuevos roles de las Fuerzas Armadas en un mundo incierto y cambiante, que enfrenta nuevas amenazas, como el tráfico de drogas. No se trata, sin duda, de temas excluyentes, pero ni siquiera en las democracias más desarrolladas el control civil democrático de las Fuerzas Armadas es un asunto resuelto. Siempre será necesario ejercer límites sobre el poder militar.

Con el paso de los años y las falencias de los gobiernos civiles, surgieron otras preocupaciones: la estabilidad política, la eficiencia en la gestión de la economía, la lucha contra la corrupción y la espinosa cuestión de la seguridad pública, que en varios países se ha convertido en la mayor preocupación de la ciudadanía.

En este texto comenzamos recordando algunos aspectos de ese asunto inacabado del control civil de los militares; luego revisamos los procesos de repolitización de las Fuerzas Armadas y, finalmente, aportamos evidencia sobre los inconvenientes de utilizar a las Fuerzas Armadas para tareas policiales.

Si bien la realidad con que nos encontramos hoy es sustancialmente diferente de la del pasado dictatorial, queremos poner de relieve que el poder militar nuevamente se ha expandido y que los vínculos cívico-militares son un elemento crucial para entender la política latinoamericana.

¿La política o el cuartel?

Entre académicos y políticos, existe una amplia coincidencia sobre los requisitos necesarios para que las Fuerzas Armadas se adapten al juego democrático. La extensa bibliografía sobre el tema aporta un material de investigación sólido y fundamentado. Todos estos trabajos resaltaban que era central comprometer a los militares con los valores democráticos.

Si bien los golpes de Estado del pasado parecían desterrados, nuevas formas de poder militar emergieron en el continente. Los militares no intervinieron directamente en las numerosas crisis de los países de la región, pero en muchas ocasiones desempeñaron un papel destacado en el manejo de los conflictos. En el pasado, algunos sectores civiles que no lograban alcanzar el poder por medio de las elecciones, es decir, que no conseguían construir una base de apoyo político y social para sus proyectos suficientemente amplia, optaban por golpear las puertas de los cuarteles. Y allí había altos oficiales ansiosos de intervenir en política.

En los últimos años, las Fuerzas Armadas incrementaron nuevamente su participación en la política. No obstante, hay que destacar que estos procesos son diferentes de la historia anterior. La politización y la «policialización» de los militares se han convertido en dos formas de aumentar su injerencia en la política, con el consiguiente deterioro de la institucionalidad del Estado de derecho, sin que sea necesaria la toma directa del poder.

La politización de los militares

En forma distinta, varios presidentes han recurrido a las Fuerzas Armadas. Ahora no son los militares quienes presionan para adueñarse de la política, sino las autoridades elegidas quienes los utilizan para sus propios proyectos. Mientras asumen nuevas funciones, los oficiales adquieren más vinculación con el poder político y una relación aventajada con la población civil. Las Fuerzas Armadas ya no son aliadas de los perdedores del juego electoral. No pactan con quienes no ganan votos. Ahora son convocadas por los triunfadores de las compulsas electorales. Ya no entran en las casas de gobierno con los tanques, sino por las puertas privilegiadas de la recepción de autoridades.

En el poder, muchos presidentes, con la mira puesta en las siguientes elecciones o en perdurar en el sillón presidencial, cooptan a los militares como pilar de sus planes. Las formas que asume esta relación varían de país en país: en algunos casos se conforma un «partido militar», en otros procesos se instalan como ejecutores de las políticas sociales, dominan la inteligencia estatal o se aseguran concesiones económicas. Las Fuerzas Armadas disfrutan de ese retorno, que ya no las tiene como brazo represor de la oposición. Por el contrario, toman el poder de la mano del presidente, legitimado por el voto popular. Esos mismos políticos entienden tardíamente que han creado un Behemoth, la figura del monstruo de Thomas Hobbes que destruye el orden y descompone el contrato político y social.
La participación política de los militares desafía los principios democráticos. El uso de la fuerza para intereses particulares quebranta a la institución militar, mientras se desarticulan las funciones de otras autoridades de las que usurpan poder.

Así se disipa la construcción democrática. Venezuela representa el peor ejemplo de la politización de los militares. Desde sus primeros años como oficial, Hugo Chávez fue destilando una carrera política. La creación del clandestino Ejército de Liberación del Pueblo de Venezuela (ELPV), sus discursos a los cadetes en la Academia Militar en 1981 o los grupos de estudio de marxismo combinaban su pasión militar con sus objetivos políticos. El Caracazo de febrero de 1992 marcó la disolución del acuerdo entre el estamento militar y la democracia populista y posibilitó el ascenso de un líder que articulaba ambas esferas en un solo proyecto político. Las Fuerzas Armadas se convirtieron en el instrumento de mediación y apoyo político para la ejecución del proyecto bolivariano. Chávez empoderó a los militares y gobernó bajo la ficción de una alianza entre el líder, el pueblo y el ejército. Ante la crisis de los partidos políticos tradicionales, instauró un partido cívico-militar. Las consecuencias concretas de esa operación política derivaron en la militarización de la política.

Ya bajo la presidencia de Nicolás Maduro, esa expansión del poder militar aumentó. Para 2015, 32% del gabinete ministerial provenía de las Fuerzas Armadas; 11 gobernadores pertenecían a la rama militar. Militares manejan tres de los cuatro ministerios relacionados con la alimentación y cuatro de los seis vinculados a la producción, y el presidente Maduro no habla de «dirección política» sino de «dirección político-militar» de la Revolución Bolivariana. La crisis política y social de Venezuela presagia que tanto con este gobierno como con un hipotético triunfo de la oposición, los militares serán avales de la conducción política.

En Bolivia, Evo Morales dedicó buena parte de su gestión inicial a cautivar a los militares, quienes pasaron de considerarlo un traidor a la patria a verlo como el artífice de la estabilidad política y económica. Con astucia, en poco tiempo los reconvirtió en aliados de su gobierno. Las Fuerzas Armadas participan activamente en la distribución del bono Juancito Pinto de 200 bolivianos (equivalente a 30 dólares estadounidenses) para escolares en el sector público, como así también en la distribución de los fondos de la Renta Dignidad para los mayores de 60 años. Más sorprendente fue que el Ejército horneara pan, unas 70.000 unidades al día, para responder a la escasez causada por una huelga de panaderos en La Paz y El Alto.

Hay una enorme distancia entre la politización de los militares en Venezuela y en Bolivia. Sin embargo, los mensajes de Evo Morales detallan «el apoyo de las Fuerzas Armadas como garante constitucional de la dignidad y la soberanía del pueblo boliviano»4, y la versión oficial habla de «unas Fuerzas Armadas con la misma raíz pero fundamentalmente con la misma conciencia y memoria de su pueblo»5. Se promueve una relación entre líder, pueblo y militares, pero en la política –a diferencia de Venezuela– no hay funcionarios militares. No obstante, los oficiales que no comparten la política del presidente Morales han sufrido segregaciones, encierros y bajas.

Durante su presidencia, Rafael Correa intentó reproducir en Ecuador estos modelos, pero tropezó con la fuerte defensa corporativa de las Fuerzas Armadas. Correa pudo disminuir parte del complejo industrial-militar, pero debió admitir que diversas situaciones «llevaron a nuestras Fuerzas Armadas a intentar una especie de autarquía, prácticamente un Estado paralelo, con su propio sistema de justicia, su propio sistema de educación, su propio sistema de salud, su propio sistema de seguridad social, su propio sistema empresarial, y algunos excesos como haberse convertido en la mayor poseedora de tierras del país»6.

Su sucesor, Lenín Moreno, nombró como ministro de Defensa a un ex-general, aumentó las asignaciones presupuestarias para las Fuerzas Armadas y reforzó la participación del Ministerio de Defensa en tareas de policía, inteligencia y gestión de riesgos. Moreno aceptó, de facto, compartir poder con las Fuerzas Armadas.

Pero la politización de los militares no solo vino de la mano de los gobiernos de la izquierda «rosada». La campaña electoral que llevó a la Presidencia de Brasil al ex-capitán del Ejército Jair Bolsonaro despertó una estridente euforia militar. En varias ciudades se han visto camiones militares con enormes carteles de apoyo a ese candidato. Generales retirados y otros ex-oficiales fueron postulados a varios cargos nacionales para los comicios de octubre.

«En una democracia, los militares no hablan de las elecciones», sentenció sin éxito Ciro Gomes, candidato brasileño de centroizquierda7. Conceptualmente, los oficiales se forman bajo el precepto de ser obedientes y no deliberantes, lo que implica estar sometidos al poder civil. Su comportamiento militar los obliga a ajustarse a las órdenes emanadas de las autoridades, sin deliberar. Sin embargo, los soldados están expresando su favoritismo político. Si Bolsonaro hubiera perdido las elecciones, ¿serían estos militares obedientes al presidente surgido de las elecciones?

¿Podría un candidato del Partido de los Trabajadores (pt) mandar sobre militares que no coinciden con sus principios políticos?
No se debe confundir esto con que el militar tenga preferencias políticas y con que, como cualquier otro ciudadano, tenga derecho al voto. Pero en sus funciones profesionales debe tener neutralidad política y no utilizar el poder que le otorga el monopolio del uso de la fuerza para imponer, además, una opción ideológica.

Los oficiales se han empoderado en toda la región. Las crisis de las democracias latinoamericanas, sus falencias en el establecimiento de mecanismos institucionales de supremacía política sobre las Fuerzas Armadas y una creciente invocación a las fuerzas por parte de la dirigencia civil los han legitimado.

El aspecto más claro de esas fallas se vincula a los ministerios de Defensa. Las autoridades civiles no prestaron la debida atención a la institucionalización de los ministerios. En ningún país de la región se ha instituido una carrera de funcionario público en esta área.

En numerosos casos, los técnicos especializados en presupuesto, logística o equipamientos son exclusivamente militares. Esta situación crea un círculo vicioso en el cual la ausencia de experiencia civil cede el espacio a los oficiales, que resuelven desde una lógica castrense los asuntos políticos de la defensa y que, simultáneamente, no impulsan la profesionalización de un cuerpo civil, tal como ocurre, por ejemplo, en la diplomacia.



Una ensalada de militares y policías

Cada vez es más común que los países de América Latina utilicen a las Fuerzas Armadas en tareas policiales. Justificado por una reconfiguración de las amenazas y vinculado al fracaso estatal para proveer orden público, parece natural que los militares y policías se amalgamen. Pero cuando los militares patrullan calles o fiscalizan documentos de identidad, avanzan en una mayor intervención en el sistema político. De allí derivan tres evidencias.

a) Las Fuerzas Armadas son una institución cara. Los equipos que utilizan, las instalaciones que tienen asignadas, el tiempo de preparación e instrucción y, en varias ocasiones, las viviendas, las escuelas y los servicios para cuarteles en zonas despobladas implican una erogación considerable del presupuesto nacional, que representa para el conjunto de América Latina y Caribe 1,2% del pib. Según datos del Banco Mundial, México y Venezuela tienen la porción más baja (0,5%), mientras que Colombia es el país de la región que utiliza una mayor porción del pib (3,1%)8.

En relación con el presupuesto nacional, para 2017 América del Sur fluctúa entre 2% en Bolivia y 15% en Colombia, mientras que en los casos de Chile, Ecuador, Perú y Uruguay está entre 7% y 9%9.

b) Otorgar tareas en el campo de la seguridad a las Fuerzas Armadas desvirtúa su rol profesional. Asimismo, relega el perfeccionamiento de las instituciones policiales para que sean más eficientes en combatir amenazas a la seguridad pública.

Además, es una decisión poco racional desde la perspectiva del gasto público y la organización general de la administración estatal, ya que superpone tareas, duplica gastos y diluye los controles de expendios. Militares y civiles han denunciado los excesos y abusos que sobrevienen por la utilización de soldados en tareas de seguridad pública.

Por ejemplo, 20 soldados encarcelados en México por crímenes cometidos durante la guerra contra las drogas enviaron una carta dirigida al presidente y los legisladores mexicanos para explicar que ellos fueron entrenados en tácticas de guerra y que no son aptos para las tareas policiales. Agregaban que su despliegue está socavando la confianza en el Ejército10.

El general retirado del Ejército mexicano Jesús Estrada Bustamante reafirmaba la misma idea diciendo: «No queremos realizar las funciones de la policía»11.

c) Existe poca información respecto a la reacción de los militares ante la «policialización» de sus efectivos.

En el caso de Argentina, donde recientemente se habilitó la participación de militares en tareas de seguridad interna, Elsa Bruzzone, secretaria del Centro de Militares para la Democracia Argentina (Cemida), indicó que «las Fuerzas Armadas están muy disconformes con estas medidas» y sostiene que la movilización militar a las fronteras significa «regresar a la Doctrina de la Seguridad Nacional».

Además, agregó, «el único poder autorizado para cambiar, modificar las leyes y el papel que tienen que cumplir las Fuerzas Armadas es el Congreso de la Nación»12.
El jefe del Estado Mayor General del Ejército Argentino, Claudio Pasqualini, ante la propuesta de intervenir en la lucha contra el terrorismo y el combate contra la droga decretados por el presidente Mauricio Macri, alegó que podrían hacerlo si se modificaran algunas normativas «en el futuro»13.

Una publicación de Gendarmería Nacional Argentina, por su parte, sostenía que :«en el caso de los militares argentinos, las tareas policiales no les gustan, tampoco están preparados, desconocen todas las modalidades delictivas»14. Es decir, el descontento no solo reside en las Fuerzas Armadas.

Por cierto, en el mundo, solo seis países tienen fuerzas policiales militarizadas: Argentina, Chile, España, Estados Unidos, Francia e Italia, lo que refuerza la posición de los gendarmes argentinos.

Habitualmente, el uso de los militares para funciones policiales se decide como una excepción y por un tiempo limitado, pero luego no abandonan esas tareas. Además, las nuevas funciones internas les otorgan poder de negociación ante una sociedad que es ambivalente, pues rechaza la represión militar pero demanda mayor protección, tanto de fuerzas policiales especiales, que suelen ser más rigurosas, como de los militares.

Al mismo tiempo, se demanda a los militares que no actúen como militares frente a la población civil en sus tareas de seguridad, transgrediendo tanto las normas institucionales como las constitucionales.

Se supone que el mayor desafío de los gobiernos latinoamericanos es cómo prevenir el crimen, no cómo combatirlo por medio del uso de la fuerza militar. La inseguridad no se resuelve con los militares en la calle ni en el gobierno. Las sociedades latinoamericanas se han visto expuestas a niveles sin precedentes de corrupción y a un catastrófico aumento de la violencia. Combatir estos hechos requiere más democracia y no más coerción.

Comentarios finales

Las democracias posdictadura han funcionado sin establecer el control civil esperado según los preceptos teóricos referidos a la subordinación militar. Han funcionado manteniendo altos grados de autonomía y, en muchas ocasiones, prerrogativas incompatibles con el Estado de derecho. No obstante, han sido la ineptitud, el desdén y la ignorancia de los gobiernos lo que ha conducido a militarizar la seguridad pública.
El informe de Latinobarómetro de 2017 ubica a las Fuerzas Armadas como la segunda institución que obtiene el mayor nivel de confianza (46%) y a las policías en un tercer lugar, con 35%.

Los partidos políticos y los legisladores son quienes generan menos confianza. Ello indica fallas de las autoridades políticas que pueden conducir a un futuro funesto. Son las autoridades democráticamente elegidas las que inducen a los militares a realizar tareas no admitidas por la legalidad vigente.

Así, la antigua cuestión platónica «¿quién custodia a los custodios?» vuelve a plantear el dilema de la subordinación de las Fuerzas Armadas a la ley y a la autoridad políticamente constituida. Aunque realmente son los custodiados quienes deberían custodiar a los custodios, o sea, ejercer rendición de cuentas sobre gobernantes y uniformados...


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